Cansadas de viverem sozinhas, de vez em quando as letras resolvem se misturar na cabeça de algumas pessoas e, juntas, formam palavras, que formam textos que, dependendo do momento e da imaginação de cada um, tornam-se contos, ensaios, críticas ou até mesmo incríveis historinhas infantis.
Daí, surgem misturas fantásticas para saciar a nossa fome de beleza e nos levar a um mundo encantado que só a nossa imaginação, unida à imaginação de quem escreve pode desvendar.

domingo, 11 de dezembro de 2011

SAUDADE DO QUE NÃO FOMOS

Sempre que o final do ano chega, a proximidade do natal e do início de um novo ano mexe com todo mundo. Uns mais, outros menos. Mas de alguma forma, sempre mexe.

Existem pessoas que sentem muita triste4za nesta época, seja pela perda de entes queridos, seja por algo que não sabe explicar, um amor que acabou, enfim, tendo ou não motivos, sentem-se tristes, como se fosse uma conseqüência natural desta época do ano.

Outras pessoas se sentem mais felizes, mais animadas, empolgadas. Seja pelo clima que fica no ar, de festa, de alegria, seja pelas compras a fazer, seja pelas férias tão planejadas.

Há também quem goste desta época por razões religiosas, por ser a maior festa do cristianismo, a comemoração do nascimento do salvador do mundo, Jesus Cristo.

Não importam os motivos, o final do ano mexe com cada um de nós, isso não podemos contestar. E, fico pensando, como seria bom se, realmente, aproveitássemos o final do ano para fazer uma revisão de nossa vida durante os últimos 12 meses e, encontrando o que deu errado e, sobretudo, o que fizemos de errado, procurássemos consertar os estragos.

Daí, poderia acontecer outro tipo de nostalgia, de tristeza, o de sentirmos saudade daquilo que gostaríamos de ter sido e não fomos. Já imaginou como seria bom se pudéssemos ter a clareza, a lucidez, de encontrar cada momento em que fomos injustos, faltamos com a caridade, não tivemos paciência com os outros ou nos sentimos donos da verdade? Quantas vezes deixamos de lado a humildade neste ano que termina? Quantas vezes fomos esnobes ou presunçosos? Teríamos a oportunidade de reparar boa parte de nossas falhas, no mínimo sendo corajosos o suficiente para pedirmos desculpas a quem ofendemos.

Vivemos em cidades, mas, às vezes, parece que vivemos mesmo é na selva, sempre alertas e competitivos, para que ninguém nos passe a perna ou se sobressaia, nos deixando para trás.

Temos um grande arquivo em nossa cabeça, cheio de gavetas onde guardamos tudo que nos acontece. Embaixo deste arquivo, tem um tapete para onde varremos, muitas vezes, as nossas sujeirinhas pessoais. Daí, amaciamos o tapete, fechamos as gavetas e seguimos em frente, convencidos de que somos seres humanos perfeitos e superiores.
Mais um ano vem aí, um ano cheio de previsões, profecias e misticismo. Um ano que promete ser diferente. Será que nós conseguiremos ser, também nós, diferentes?

Quem sabe não criamos coragem de abrir as nossas gavetas e fazer uma arrumação neste emaranhado de ações e sentimentos, dos quais somos feitos? De repente, se a gente consegue, arrumar, pelo menos, uma gavetinha que seja, a saudade que sentiremos no final do ano que vem, pode até ser bem menor. Quem sabe, este ano, não conseguimos ser, não o que somos, mas quem devemos?

domingo, 6 de novembro de 2011

IDH versus alegria

Foi apresentado, esta semana, o resultado sobre uma nova pesquisa relacionada ao IDH, aquele índice mundial que mede a qualidade de vida nos países.

Se, por um lado, estamos no 84º em relação à qualidade de vida, no que se refere a estar feliz com a sua vida, estamos bem melhor posicionados.

E, isso intriga quem não é brasileiro. Como pode, em um país onde a qualidade de vida tem ainda um longo caminho a percorrer, as pessoas se dizerem feliz?

De onde vem toda essa alegria, essa animação? De onde vem esse orgulho, esse sentimento nativista, que cada brasileiro carrega? Sentimento que nem os anos de chumbo da ditadura, por mais que tentassem, não conseguiram dizimar?

O brasileiro é alegre por natureza e isso é muito claro nas roupas que veste, nas músicas que canta, nas oportunidades que cria.

O sentimento de amor à pátria vem de longe, e, acompanha o brasileiro onde quer que vá, levando-o até a escrever poemas como “Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá, as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá”, de Gonçalves Dias. Ou, inspirar Chico Buarque na belíssima “Sabiá”: ”Vou voltar, sei que ainda vou voltar, e é pra ficar, sei que o amor existe, eu não sou mais triste, e a nova vida já vai chegar, e a solidão vai se acabar...

Como explicar para quem não nasceu aqui o encanto que é morar em um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza? Como entender que o mulato inzoneiro é a terra de Nosso senhor, com fontes murmurantes aonde a lua vem brincar?

Durante o período da ditadura militar, um sentimento de muita vergonha pelo que estava sendo feito, pelas torturas, pelas prisões, pelas mortes, invadia os nossos corações. Mas, por outro lado, havia um sentimento de amor que falava mais alto e dizia que deveríamos lutar para resgatar o nosso país.

E, durante este período, para os que viviam no exílio, forçado ou opcional, ardia no peito a saudade da pátria amada, “Fonte de mel, bicho triste, pátria minha, Amada, idolatrada, salve, salve! Que mais doce esperança acorrentada, o não poder dizer-te: aguarda...
Não tardo!”, dizia Vinícius, em seu belíssimo poema Pátria Minha.

De “pátria minha tão pobrinha”, cantada no poema, ao Brasil credor do FMI, um longo caminho foi percorrido.

E, há muito mais a percorrer. Há uma porção de degraus ainda a subir na construção de uma melhor qualidade de vida.

Cantada em verso, prosa e samba, a nossa Pátria Amada caminha, de cabeça erguida, rumo ao futuro, sob o céu azul de anil, rodeado pelo verde das matas e o amarelo do sol forte, que esquenta o nosso sangue e nossos corações.

Muito já falou a respeito dessa alegria do povo brasileiro, chegando, inclusive, a sermos chamados de povo alienado.

Mas, esta última pesquisa revela também que somos um dos povos mais preocupados com a preservação do meio ambiente.

Muitas pesquisas ainda vão chegar até que estejamos lá no topo dos índices do IDH.

Mas, a nossa energia, essa não passa e nos mantém com os maios altos índices de alegria do planeta.

domingo, 23 de outubro de 2011

NA MORADA DAS PALAVRAS

Ler é uma prática que provoca as mais diversas reações. Enquanto para uns é um verdadeiro prazer, um deleite, para outros é algo tão ruim que o mais fino dos livros se torna uma enciclopédia de 500 volumes.
Eu, particularmente, adoro ler. Comecei ainda muito cedo, quando, alfabetizada, devora os livros de história que ganhava de presente ou herdava de minha irmã mais velha.
Cresci em uma casa onde meus pais gostavam de suas coisas que considero essenciais em minha vida: música e leitura.
Na pré-adolescência, li até as famosas e bregas fotonovelas.
Na escola, além dos livros obrigatórios da literatura brasileira, era freqüentadora assídua da biblioteca, de onde sempre estava retirando livros.
Estou relendo, com muito prazer, “Na Morada das Palavras”, de Rubem Braga, de quem sou fã há muito tempo. Desde o dia que minha filha mais velha chegou em casa e leu, entusiasmadamente para mim, a crônica O PADEIRO, que havia recebido na escola, na aula de literatura.
Este texto, até hoje, figura entre os meus preferidos. Sou meio inclinada a gostar de textos que nos levem a repensar nossos conceitos, sobretudo quando, como em “O Padeiro”, recebemos uma lição de serena humildade.
Falecido há mais de 20 anos (1990), Rubem Braga nos deixou crônicas belas e, ao mesmo tempo profundas.
Na Morada das Palavras vamos nos envolvendo, a cada página, com um universo de alegrias, tristezas e encantamento, que deixa uma gostinho de “quero mais”, a cada final.
Leitura é isso: um passeio por um universo que, pode até ser bem diferente do nosso, mas do qual vamos conseguir formar imagens, construindo cada detalhe em nossa imaginação.
Certa vez, quando minha filha do meio tinha uns dez, doze anos, estava lendo um livro e uma colega perguntou se era passado pela escola. Daí a amiga bem espantada, perguntou: “você está lendo de propósito?”
Pois é, talvez, exatamente por não estar acostumada a “ler de propósito”, a coleguinha de minha filha não soubesse empregar bem as palavras de sua própria língua. Saberá hoje?
Minhas três filhas também cresceram em meio à música e aos livros. Meu marido também gosta das duas coisas.
Somos, portanto, uma família musical, que curte da música clássica ao heavy metal, passando pela bossa nova, MPB e Rock mais leve, como os Beatles.
Estes são alguns dos pequenos prazeres da vida, que, ainda que simples, transformam em agradáveis momento que poderiam ser o mais puro tédio.

domingo, 9 de outubro de 2011

MEMÓRIAS DE UMA TESTEMUNHA OCULAR

No sábado, 1º de outubro, tive um grande dia. Sabe um daqueles dias em que tudo é bom? Comecei o sábado revendo três queridas amigas – Leda, Goretti e Jovem – e, juntas, fomos assistir a uma palestra de outro querido amigo, Leonardo Boff. E, reencontrei Márcia, amiga também muito querida há quem não via há bastante tempo.
Reencontrar quem se gosta é sempre muito muito gostoso. A palestra, como não poderia deixar de ser, foi maravilhosa. Rever Leonardo e Márcia é sempre uma grande alegria.
À noite, fomos ao lançamento do livro de Pe. Marcelo Barros – Dom Helder – Profeta para os nossos dias – uma releitura do livro lançado há 08 anos. Eu e Marcelo nos conhecemos há muitos anos, quando eu fazia parte do grupo SOS, um grupo de jovens e adolescentes que se reunia no Colégio Salesiano, tendo como orientador o saudoso Pe. Ivan Teófiço. À época, Marcelo era o responsável pela Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Olinda e Recife e Dom Helder Câmara era o arcebispo. O reencontro foi muito gostoso, conversamos bastante e nos prometemos nos ver com mais frequência.
E, foi exatamente por causa do livro de Marcelo que me veio à memória momentos privilegiados em que pude presenciar grandes encontros ou reencontros.
O ano foi 1999, onde pude presenciar estes momentos de rara beleza e emoção. Começo pelo mês de janeiro. Eu tive, e aqui repito a palavra, o privilégio, de fazer parte da comissão que estava organizando a comemoração dos 90 anos de Dom Helder. Estávamos organizando um vídeo, com depoimentos que vinham de todas as partes do mundo. E também gravávamos vários aqui mesmo. E, foi por causa de uma dessas gravações que vivi dois momentos únicos. O primeiro foi ter a alegria de conhecer, pessoalmente, Leonardo Boff e Márcia Miranda. Quem não conhece a sensação de apertar a mão de alguém que se admira muito, há muito tempo? E, o segundo momento, que guardo até hoje na memória, com detalhes, foi presenciar o reencontro de Leonardo Boff com Dom Helder. Vocês não podem avaliar a emoção de ver Leonardo ajoelhar-se diante de seu mestre e pedir-lhe a bênção. Confesso que as lágrimas escorriam de emoção. Dom Helder, afagou a cabeça de Leonardo e fez um gesto para que se levantasse. E ficaram ali, conversando baixinho, como a trocar memórias e confidências. Para mim era o encontro de dois mestres, dois titãs, de podemos chamar assim, da teologia e da vida cristã, se encontrando e me permitindo presenciar o momento.
Em 16 de julho participei de um reencontro diferente, articulado por mim e por Frei Betto: Chico Buarque de Dom Helder. Foi mais um daqueles momentos únicos na vida da gente. Registrado em vídeo e fotos, é uma daquelas ocasiões em que a gente fecha os olhos e revive cada segundo. Como poderei esquecer Chico cantando a Banda e Dom Helder acompanhando com as mãos? Foi o momento para qual escrevi um texto chamado “O Encontro dos Dons”, que se encontra publicado no site de Chico.
E, no comecinho do mês de agosto, novamente sou testemunha de grandes reencontros. Quando da realização da II Jornada Teológica Dom Helder Camara, tivemos a abençoada ideia de levar os palestrantes para visitar Dom Helder. Parecia que adivinhamos que, dali a duas semanas, o Dom partiria e, aquelas pessoas que levamos para vê-lo, teriam a sua derradeira oportunidade de estar com ele.
E, novamente, presencio o reencontro de Leonardo Boff e também de Dom Gílio Felício, então bispo auxiliar de Salvador, com Dom Helder, tendo ainda o bônus de participar de uma pequena e simples celebração eucarística, tendo como celebrantes o próprio Dom, Dom Gílio e Pe. João Pubben.
No dia seguinte, volto à casa de Dom Helder, para acompanhar Dom Waldyr Calheiros, então bispo de Volta Redonda, companheiro de tantas lutas de Dom Helder. Alegre e cheio de energia, Dom Waldyr não escondia sua alegria em rever o amigo.
No dia seguinte, encontro meu querido amigo Marcelo Barros, sentado na pequena escada da igrejinha das Fronteiras, para o encontro do com o Dom. Este encontro deu origem ao livro relançado por Marcelo e que me despertou estas memórias. O interessante é que, embora já um tanto ausente, em cada encontro destes, Dom Helder se mostrou presente, fazendo comentários que impressionaram os que o visitaram. A Marcelo ele disse:”Não deixe cair a profecia”, reconhecendo o discípulo e lhe pedindo para levar adiante a semeadura da Palavra. Marcelo descreve o encontro, em seu livro, com tanta propriedade, que me remeteu àquele momento e me fez agradecer novamente a Deus a oportunidade de vivê-los.
E, na sexta-feira, foi a vez de acompanhar Frei Betto no reencontro com seu grande mentor e responsável pela descoberta de sua vocação. Outro reencontro emocionantes, envolto em momentos de ternura, carinho e devoção. A Frei Betto o Dom perguntou pela saúde do “sobrinho” Dom Paulo Evaristo, que estava com um grave problema de saúde, demonstrando que embora não parecesse, ele estava atento.
Foram momentos incomensuráveis, daqueles que a gente nunca vai esquecer e que jamais se repetirão. São memória guardadas com muito cuidado, muito carinho, em uma gaveta especial da memória, onde a gente coloca saches perfumados imaginários, para que permaneçam sempre frescas e vivas. E ainda colocamos uma etiqueta com letras garrafais: PARA LEMBRAR SEMPRE.
Hoje, 12 anos depois, quando todas estas memórias saíram da sua gavetinha e povoaram vividamente minhas lembranças, conversando com meu marido, que esteve presente a todos estes momentos, foi que concluí o quanto sou privilegiada por ter tido estas oportunidades. Em alguns destes momentos havia outras pessoas presentes. Mas eu estive em todos eles, como testemunha silenciosa, que apenas valorizava e saboreava a oportunidade que lhe caia nas mãos.
Se, para cada um deles, o derradeiro reencontro com o Dom foi da maior importância, para mim, foi um presente. Um presente que nunca vai acabar e o qual posso rever, curtir, reviver, sempre que quiser. É só abrir a minha pequena e especial gavetinha.

domingo, 25 de setembro de 2011

DIA DO CLIENTE

No dia 15 de setembro, é comemorado o DIA DO CLIENTE, concebido, segundo os fornecedores de uma maneira geral, para que mostrem ao cliente o quanto eles são importantes para eles. Um dia, por exemplo, para distribuição de brindes, promoções, campanhas publicitárias, campanhas de vendas decorações especiais, anúncios e eventos e tudo mais que puder ser feito para reverenciar a figura do Cliente.
É claro que não tenho nada contra esta comemoração. Afinal, nós, os clientes, somos a razão de ser de qualquer tipo de serviço: do financeiro ao comercial, do setor de saúde ao industrial. Sem esquecer dos serviços de reparos e manutenção.

Penso que um dia dedicado a nós, os clientes ou consumidores, poderia nos oferecer um pouco mais. Por exemplo, poderia nos oferecer um maior esclarecimento na venda de alguns produtos, o fim da chamada propaganda enganosa ou um atendimento mais adequado, quando ligamos para algum tipo de suporte.

Navegando na internet, no Dia do Cliente, li uma matéria muito interessante no portal da UOL: “dez produtos que você deve parar de comprar”. Ela fala sobre aqueles produtos que adquirimos porque nos prometem algo a mais, uma proteção mais duradoura ou maior segurança. É o caso, por exemplo, do filtro solar com fator acima de 30. O FPS 15 bloqueia até 96% dos raios ultravioleta e o de 30, até 98%. Os produtos com FPS mais alto são mais caros, mas oferecem proteção, no máximo, de 99%. Desta forma, pagamos mais caro por 1% a mais de proteção que, convenhamos, não fará nenhuma diferença, a não ser pesar mais em nosso bolso.

A matéria fala de outros produtos que adquirimos pagando mais caro e que, no final, não compensa o valor pago a mais, como garantias estendidas que, além de terem o uso baixíssimo, quando acionadas estão recheadas de restrições. Ou então o tal do seguro do cartão de crédito. É verdade que R$3,00 ou R$ 4,00 por mês pode não ser grande coisa, mas, é um gasto desnecessário uma vez, pagando seguro ou não, ao termos o nosso cartão roubado, se ligarmos para operadora e bloquearmos, a partir de então, não temos mais responsabilidade pelas compras que sejam efetuadas.

Outro engodo que deve ser evitado é a compra de produtos piratas. Além de ser uma prática ilegal, a economia que se pensa estar fazendo ao comprar estes produtos, também não compensa. Para começar, sendo de qualidade é inferior, obviamente irá durar bem menos do que o produto original. Mas existe algo ainda mais grave que são os riscos à saúde que podem oferecer, como é o caso dos sapatos tênis, que causam danos aos pés, dos óculos que prejudicam a retina, das baterias de celular que podem explodir e causar queimaduras ou dos brinquedos que, ao se quebrar, podem se transformar em peças pontiagudas, ferindo as crianças.

As operadoras de telefonia celular, por exemplo, podiam ter mais atenção com seus clientes, não os deixando esperar uma infinidade de tempo para ser atendido, passando de um para outro atendente como se fosse uma brincadeira de mau gosto.

Portanto no dia dedicado ao Cliente, vamos aceitar as homenagens nos oferecidas mas, também, vamos pensar um pouco mais na hora de exercemos esta função, preservando não apenas o nosso bolos mas, algo mais importante, a nossa saúde.

domingo, 4 de setembro de 2011

GENTILEZA GERA GENTILEZA


Eu sei que vocês podem pensar que eu estou escrevendo sobre temas que já falei antes. E é isso exatamente. Volto a falar de gentileza porque não me conformo que as pessoas não deem a isso a importância devida.
E volto ao assunto por causa de um e-mail que recebi de umas de minhas filhas na semana passada, falando contando uma história real sobre um fato acontecido em um frigorífico da Noruega.
O título é: Salvo pela gentileza, e abaixo reproduzo o texto que, infelizmente, não sei a autoria.
“Conta-se uma história de um empregado em um frigorífico da Noruega.
Certo dia ao término do trabalho foi inspecionar a câmara frigorífica. Inexplicavelmente, a porta se fechou e ele ficou preso dentro da câmara. Bateu na porta com força, gritou por socorro, mas ninguém o ouviu, todos já haviam saído para suas casas e era impossível que alguém pudesse escutá-lo.
Já estava quase cinco horas preso, debilitado com a temperatura insuportável.
De repente a porta se abriu e o vigia entrou na câmara e o resgatou com vida.
Depois de salvar a vida do homem, perguntaram ao vigia:
Porque foi abrir a porta da câmara se isto não fazia parte da sua rotina de trabalho?
Ele explicou:
Trabalho nesta empresa há 35 anos, centenas de empregados entram e saem aqui todos os dias e ele é o único que me cumprimenta ao chegar pela manhã e se despede de mim ao sair.
Hoje pela manhã disse “Bom dia” quando chegou.
Entretanto não se despediu de mim na hora da saída. Imaginei que poderia ter-lhe acontecido algo. Por isto o procurei e o encontrei...”
Fiquei encantada com a história, pois defendo com ardor a teoria de que devemos sempre procurar transformar os lugares em que vivemos em ambientes alegres e fraternos.
Não suporto a ideia de um dia acordar para trabalhar e isso me angustiar e entristecer.
Eu sei que nem todo mundo tem o privilégio de trabalhar fazendo o que gosta. Mas já imaginou o que é fazer algo que não goste e ainda conviver em ambiente de trabalho hostil?
Dar bom dia, dar até logo, agradecer, dar um sorriso, são coisas simples e não custa um centavo. Mas o bem que fazem, igual àquele cartão, não tem preço.
Diz uma música que cantávamos no Encontro de Jovens com Cristo do Colégio Salesiano, nos anos 70, para acordar a turma de manhã cedinho, que diz: “saber dar um bom dia cheio de bondade, dizer bom dia com sinceridade, é dar sempre melhor, do nosso coração, alô, bom dia irmão”.
Porque a gentileza deve vir do coração, caso contrário, faz mais mal do que bem.
E a gentileza não se resume ao cumprimento ou agradecimento. Ser gentil é ser humilde e ouvir quando alguém se prontifica a nos informar ou ensinar alguma coisa. Sou muito ligada à música de uma maneira geral e gosto de citar trechos que traduzam meu pensamento. Por isso, lembro sempre de Gonzaguinha quando ele canta: Viver! E não ter a vergonha De ser feliz, Cantar e cantar e cantar, A beleza de ser Um eterno aprendiz...”
Somos todos aprendizes nesta vida. Ninguém é tão sábio que não possa aprender alguma coisa. O aprendizado não é uma troca? Porque quem ensina sempre aprende algo, não tenho a menor dúvida.
Então vamos combinar o seguinte: vamos dar uma revisada em nossa atitude em relação à vida? Será que estamos dando bom dia com alegria, dando o melhor de nosso coração? Estamos tendo a humildade de, mesmo quando nos colocamos no lugar de mestres, aprender com os discípulos ou, simplesmente, com quem está do nosso lado?
Será que estamos realmente convencidos de que a gentileza gera gentileza?
Como? Você já sabia disso? Então o que está esperando pra transformar a teoria em prática? Se pratica, parabéns! Com certeza, quando espelhamos gentileza, os lugares por onde passarmos vão se tornar bem melhores.
Pense nisso!

domingo, 28 de agosto de 2011

IMPUNIDADE ATÉ QUANDO?

Vejam que ironia, o coordenador da Lei Seca no Rio de Janeiro, após beber, segundo ele, meia taça de vinho, atropelou quatro pessoas, uma das quais, um ajudante de pedreiro, faleceu.
Interrogado por jornalistas, o advogado de defesa ainda fez um comentário colocando as vítimas como culpadas por estarem ali no local: “vocês viram o local, viram a rua?” Perguntou ele aos jornalistas.
No mesmo Rio de Janeiro, um bonde descarrila, mata seis pessoas e fere mais de cinquenta. O comentário geral era de que não havia manutenção.
São balas perdidas que matam inocentes, são pessoas alcoolizadas que atropelam e matam, são pegas nas tardes de domingo, mostrados na televisão, com atropelamento incluído no programa.. . enfim, são tantos os crimes que vemos nos jornais e nas TVs, todos os dias, para os quais não vemos punição que chegamos a nos questionar se realmente, algum dia, a justiça será feita, com a prisão destas pessoas que matam impunemente sob o veredicto de crime culposo, sem intenção de matar.
Ora, se eu estou bebendo e vou dirigir, eu sei dos riscos que isso traz como a diminuição dos reflexos, sonolência e até mesmo diminuição da visão. E esses, digamos, efeitos colaterais da ingestão de álcool são o limite entre evitar ou provocar um acidente.
Enquanto os acidentes de trânsito causados por bebida continuarem a ser tratados como culposo e, mesmo em caso de condenação, as penas serem leves, atropelamentos seguidos de morte ou invalidez vaso continuar acontecendo, sem que seus autores precisem se preocupar com as punições.
Enquanto os meios de transporte, sejam bondes, ônibus, barcos ou aviões, continuarem a matar seus passageiros, por falta de manutenção e isso também ficar impune, pra que se preocupar e gastar dinheiro com manutenção? Afinal quem vai pagar por isso?
O custo desta impunidade é muito alto. Ele está sendo paga com vidas humanas.
Mas quem, além dos familiares que perderam seus entes queridos, se importa com isso?
O nosso país está crescendo, se desenvolvendo a olhos vistos. Mas, o desenvolvimento, para ser completo, não basta ser apenas econômico. Tem que ter também o desenvolvimento, a modernização da justiça.
É preciso investir para que, no futuro, além de ser uma potência econômica, o Brasil seja também uma potência no que diz respeito à justiça no seu mais amplo sentido.

domingo, 7 de agosto de 2011

HÁ MOMENTOS NA VIDA DE UM HOMEM EM QUE ELE VISLUMBRA O ETERNO

Esta frase, gravada em minha memória há trinat e oito anos, foi dita no filme “LOST HORIZON - SHANGRILA” ou Horizonte Perdido, por um personagem chamado Richard Conway. Um belo filme, sem dúvida nenhuma, que assisti com os meus amigos, a minha turma, na década de 70, quando a única certeza que tínhamos era que iríamos mudar o mundo.



O tempo passou, um bocado, diga-se de passagem, mas eu nunca desisti de mudar o mundo. Sabe aquela chama que fica acesa para sempre? Ao contrário de Cazuza e sua “ideologia” , onde ele diz que “aquele garoto que ia mudar o mundo frequenta agora as festas do "Grand Monde"... cheguei à maturidade ainda com aquela vontade de querer sempre mudar o que não está certo.
Muitos dos amigos daquela época não encontro mais. Um ou outro acho nas mídias sociais da internete. Sobraram alguns, com as quais ainda tenho a alegria de conviver.


Estes são aqueles que uma vez li em um cartão das paulinas “os irmãos que o coração escolheu”. Aqueles com os quais pensamos em voz volta, rimos, choramos, brigamos e fazemos as pazes. Eles estavam comigo naquela sessão de cinema de onde, emocionados, saímos leves, sentido o corpo e a alma flutuando.


Juntos batalhamos para mudar o mundo. Ou, pelo menos, para tornar o nosso país melhor. E ontem, comendo pizza, conversando sobre os velhos tempos, emocionados chegamos à conclusão que o Brasil está melhor. Bem melhor do que quando nos conhecemos, no comecinho dos anos 70. E nós ajudamos isso a acontecer, sonhando e indo em busca de nosso sonho. Acreditando que um novo Brasil era possível e lutando por isso. Lembramos dos amigos que se foram, dos ícones que admirávamos e da nossa vontade de transformar o que não concordávamos.


Ainda esta semana estava ouvindo Ivan Lins cantar “MEU PAÍS... onde ela fala:
“Aqui é o meu paísNos seios da minha amadaNos olhos da perdizNa lua na invernadaNas trilhas, estradas e veias que vãoDo céu ao coraçãoAqui é o meu paísDe botas, cavalos, estóriasDe yaras e sacisViolas cantando glóriasVitórias, ponteios e desafiosNo peito do BrasilMe diz, me dizComo ser feliz em outro lugarAqui é o meu paísDos sonhos sem cabimentoAqui sou um passarimQue as penas estão por dentroPor isso aprendi a cantar,Voar, voar, voar "


O Brasil não é nenhuma Sangrila, nem está perto de ser um paraíso. Mas, como Ivan Linz finaliza sua música, eu pergunto: “Me diz, me diz Como ser feliz em outro lugar”?

sábado, 2 de julho de 2011

E QUANDO O CORPO PEDE UM POUCO MAIS DE CALMA?

PACIÊNCIA (Lenine e Dudu Falcão)

"Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, Até quando o corpo pede Um pouco mais de alma A vida não para...
Enquanto o tempo Acelera e pede pressa Eu me recuso faço hora Vou na valsa
A vida é tão rara...
Enquanto todo mundo Espera a cura do mal E a loucura finge Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...
O mundo vai girando Cada vez mais veloz A gente espera do mundo E o mundo espera de nós Um pouco mais de paciência...

Sou viciada em música. Durmo, escrevo, ando no carro, converso, se pudesse até trabalhava, ouvindo música.
A música me envolve, me aclama, me alegra, me inspira, me emociona. Traz recordações, remetendo a tempos bem distantes ou, às vezes, nos projetando para o futuro, embalando os nossos sonhos, possíveis ou impossíveis.
Mas sou meio chata em relação ao tipo de música que escuto. Chego mesmo a ser intolerante com certos tipos de manifestações musicais. Ás vezes chego a ser mal educada quando, desesperada, me vejo ouvindo certos tipos de sons.
Aprendi, ainda na faculdade, com o querido professor Ormindo que "mau gosto existe" e "gosto se discute sim".
Tenho um gosto bem eclético que vai do clássico ao heavy metal. E, no meio disso MPB, Chico Buarque (um gênero próprio e à parte da MPB) e Beatles (outro gênero próprio).´
Para cada momento, uma música, um gênero, um volume, uma paixão.
Tenho com a música uma relação de amor e amizade. À vezes é amor à primeira vista. às vezes, tem todo um período de sedução e encantaento.
E há aquelas com as quais eu me identifico e que, se fosse compositora, gostaria de ter escrito. É o caso de Paciência, cuja letra inicia este texto.
Como seria legal se as pessoas parassem para ouvir esta música com um pouquinho de paciência.
Sou do tipo light, que não suporta pressão nem pressa. Gosto de fazer as coisas com calma, tranquilidade. quando faço algo que gosto, tem que ter tempo para curtir.
Mas, cada vez mais me sinto sozinha em um mundo onde a pressa é uma marca registrada ou, sei lá, já vem no DNA.
Quando a gente perde uma pessoa muito querida, inevitavelmente nos pomos a pensar na vida, na sua fragilidade, no quanto é efêmera.
Me ocasiões como estas nos perguntamos pra que correr? Por que precisamos estar tão acelerados, como se corrêssemos sempre contra o próprio tempo?
"Será que é tempo Que lhe falta para perceber? Será que temos esse tempo Para perder? E quem quer saber? A vida é tão rara Tão rara..."
A vida é tão rara. Será que ainda temos tempo para perceber?

domingo, 29 de maio de 2011

DIVERSIDADES E ADVERSIDADES

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Em tempos de evolução tecnologia acima da imaginação de qualquer ser humano, impressionantemente os tempos dos “Jetsons” praticamente finalmente chegaram e as vídeos chamadas se tornam realidade.

De posse de um pequeno aparelho celular, aliás, smartphone como me corrigiu um arrogante vendedor de uma certa mega livraria de shopping, podemos nos comunicar com o mundo, via intertet, sem fio ou 3G.
A caminho do trabalho, para poupar tempo, podemos ler o jornal nestes mágicos smartphones ou nos tais dos tablets, que se tornaram o sonho de consumo de muita gente.

Quer saber se o vôo que você vai pegar está atrasado? Acesse o site da Infraero a caminho do aeroporto.

Pois é, literalmente, temos o mundo em nossas mãos! Mas, se em termos de tecnologia, estamos a anos luz de nossos antepassados, quando o assunto é desenvolvimento humano, estamos bem ali, lado a lado com a idade das trevas, a temível Idade Média, onde a inquisição torturou e levou á fogueira milhares de pessoas, simplesmente porque pensavam ou agiam diferente do que a Igreja católica determinava.

Sempre que leio alguma coisa sobre aquela época e comparo com as barbaridades acontecidas hoje, sinto que as trevas ainda não se dissiparam de vez. Elas ficaram pairando no ar, sobre as nossas cabeças, aguardando apenas uma oportunidade de enviar um pedacinho de sua intolerância, de sua discriminação, de seu desmando, para mandar mais vítimas para arderem no fogo de sua injustiça.

O inspirador do cristianismo, Jesus Cristo, pregava o amor, a tolerância, a bondade, a generosidade, a solidariedade e a fraternidade. Mas, parece que muitos dos seus seguidores não compreenderam a sua mensagem. Ou quem sabe, não querem compreender.

É muito comum vermos as igrejas, os templos, cheios de pessoas que rezam com fervor, cantam e louvam ao Senhor “a todos os pulmões”, como diz o ditado popular. Balançam a cabeça a todas as palavras da bíblia como se concordassem sem ressalva alguma. Abraçam os que estão ao seu lado, beijam a mão do padre, do bispo, abraçam calorosamente o pastor e saem de alma leve e coração saltitante.

E é aí que me lembro de um antigo desenho da Disney, “O Sr. Volante, onde pateta, um pacato e descontraído pedestre, se transforma em uma verdadeira fera raivosa ao assumir o volante de seu carro.
É assim que muitos freqüentadores das diversas denominações cristãs se comportam: enquanto estão sentados ou ajoelhados nos bancos das igrejas e dos templos, concordam com tudo que Jesus falou. Aceitam todos porque amam todos. Uma verdadeira fraternidade.

Mas, ao colocarem o pé fora das paredes da Casa de Deus, voltam a ser as criaturas de sempre: intolerantes, briguentas, injustas, mesquinhas.
É claro que isso não é generalizado. Não acontece com todo mundo. Há muitas pessoas que, graças a Deus, são coerentes com o que acreditam e levam a sério o que Jesus fala através dos Evangelhos. Mas não devemos ter a ilusão que este número seja maior do que o dos “fariseus”.

Neste últimos dias, com a polêmica criada em torno da aprovação da União Homoafetiva estável e da lei que proíbe e pune a homofobia, definitivamente veio á tona toda a intolerância e discriminação daqueles que se dizem defensores da moral e bons costumes, levando a bandeira de suas religiões como escudo.
Jesus JAMAIS discriminou ninguém, por qualquer questão que fosse. Acolheu desde o leproso ao ladrão, do cobrador de impostos à adúltera. Quem somos nós para condenar uma pessoa por sua opção sexual?

Está muito claro no Novo Testamento que o único pecado é ser incapaz de amar, é a falta de amor.

Falta de amor é agredir alguém porque sua maneira de viver não está de acordo com os supostos padrões sociais.
O racismo é crime inafiançável, mas, mesmo assim, em um país formado por uma bela mistura de raças, este crime é cometido, cotidianamente, sem punição alguma, porque os ofendidos, geralmente, se sentem intimidados por quem os ofendem.

Basta de hipocrisia. Basta de preconceito em nome da religião.
Quer ser racista ou homofóbico? Seja. Ser intolerante é opção sua.
E entenda que do mesmo jeito que temos que tolerar você com as suas convicções inquisidoras, você também precisa acordar e entender que elas podem não ser tão verdadeiras assim.

sábado, 21 de maio de 2011

LENDAS DA PAIXÃO

A paixão da qual vou falar hoje, não é a paixão que une dois seres humanos, mas a paixão que une os seres humanos aos seus ídolos.

Na verdade, não pretendo aqui filosofar, nem discutir os aspectos sociológicos das loucas e confusas relações entre fãs e ídolos.

Quero falar um pouco, mas como fã, ou como observadora de alguns fãs.
Tenho duas paixões musicais: Beatles e Chico Buarque. Paixões antigas, às quais permaneço fiel, até hoje.
Tudo começou nos idos da década de 60, quando, acompanhando os festivais, me encantei, lá pelos 12 anos, com aquele jovem, tímido, de olhos azuis, cantando a Banda. Faz tempo! Daí até hoje, continuo curtindo Chico, indo aos shows e, o que é muito importante, deixando a paixão como herança para as filhotas. As três também podem ser consideradas fãs de Chico.
A paixão pelos Beatles começou de maneira atravessada. Na verdade, eu era fã de Ronnie Von e seu primeiro sucesso foi “Meu Bem”, uma versão de “Girl’, dos Beatles. Havia também os “Renato e seus Blue Caps”, que cantavam versões dos Beatles.
Das versões ao original foi um pulo. Também ainda na década de 60.
Nos quadrinhos, também tenho minhas paixões. Não dos quadrinhos dos gibis. Estes, nunca curti. Gostava do desenho de Thor na TV. Os quadrinhos que sempre curti e até hoje releio e me divirto da mesma maneira são Mafalda e a Turma do Charlei Brown, especialmente Snoopy.
Pois é, sou meio tradicional quanto às minhas paixões. Parece que quando me apaixono, tem que ser para sempre.
Ontem, comemorando uma paixão mais recente, 33 anos de casamento, fomos assistir ao show da banda Beatles 4 ever.
É interessante ver uma banda cover, fazendo tributo aos seus ídolos. A turma toca muito bem. O líder da banda, que faz o cover de George toca guitarra pra ninguém botar feito. E eu, que sou fanzona de uma guitarra bem tocada, curti bastante o show.
A banda é muito boa, o som é igualzinho ao dos Beatles. É uma boa opção pra gente curtir um pouco as músicas dos rapazes de Liverpool. Foi uma bela noite. Mas, posso dizer que não foi uma surpresa porque sempre que leio alguma coisa falando desta banda, é sempre elogiando. Na verdade, ela é considerada melhor banda cover dos Beatles no Brasil. Então, fomos preparados para um excelente show.
A surpresa da noite foi, realmente, a apresentação dos “Garçons Cantores”. Um grupo de jovens, entre rapazes e moças, com as vozes mais lindas que já ouvi nos últimos tempos.
Com um repertório maravilhoso, a turma encanta a todos com a sua harmonia, afinação e simpatia.
Foi realmente uma bela noite de comemoração. Comemorar uma paixão ouvindo outra paixão! Não poderia ter sido melhor.
Ouvir uma boa música, que nos encante, em lugar de arrepiar os cabelos e deixar os ouvidos indignados, é um verdadeiro presente.
Beatles, Chico Buarque, Snoopy, Charles Brown e Mafalda, são as paixões que me entretêm, divertem, alegram o coração, os olhos e ouvidos.
Não posso deixar de mencionar uma paixão bem mais recente: as bandas SAVATAGE E CIRCLE TO CIRCLE. Desta vez o processo foi inverso. Se Beatles e Chico eu passei de heranças para as filhas, estas duas bandas, a primeira já extinta, de heavy metal, me foram apresentadas pelas filhas. Mais uma paixão que dividimos.
E, dos Beates, o meu preferido é Paul. Mas isso acho que todo mundo já sabe.
Estas são as minhas paixões musicais e de quadrinhos.
Ao lado delas e através delas, com toda certeza, tenho passado muitos bons momentos.

domingo, 15 de maio de 2011

EDUCAÇÃO:TEMA DA VEZ

Acompanhei, durante alguns dias, as reportagens que o Jornal Nacional fez sobre a educação.

Um tema tão importante como este não pode estar sendo tratado com o descaso que algumas partes do país tratam.

Fiquei indignada com a desonestidade em relação á merenda escolar. Fiquei me perguntando como as pessoas podem colocar a cabeça à noite no travesseiro e dormir, sabendo que desviou as verbas para a compra da merenda, que superfarturouos preços, que diminuiu a qualidade, que deixou que se estragasse nos depósitos e coisas piores.

Daí me dei conta de que para cada ato de desonestidade, existe um tarja preta para ajudar o dia a amanhecer, fingindo que está em paz.

Como as pessoas podem sentar à mesa de um restaurante caríssimo, gastar um salário mínimo em uma refeição e nem sequer se lembrar que, para custear aquela sua lauta refeição, dezenas de criancinhas ficaram sem merenda?

Como podem ser felizes. enriquecendo às custas da miséria dos outros?

Sinceramente, não consigo entender. Será que culpa, remorso, arrependimento, não existe na mente de todas as pessoas? Será que as pessoas muito ambiciosas, que fazem das cabeças dos outros degraus para sua ascenção, não sabem o que é peso na consciência? Estou começando a achar que não.

Duas novelas que agora estão no ar na Rede Globo, Cordel Encantao e Morde e Assopra, estão mostrando, de uma maneira muito clara, os conluios, a impunidade, o desmando, que acontece nos bastidores do poder de duas pequenas e fictícias cidades brasileiras: Borogodó, no sertão nordestino e Preciosa, no interior de São Paulo.

Nas duas tramas, os prefeitos, desonestos, são dominados pelas esposas, mais desonestas ainda e ambiciosas, ambiciosíssimas. Dominam a cidade com sua ambição, macomunados com o delegado e, no caso da Morde e Assopra, ainda com o banqueiro da cidade.

em Morde e Assopra, crimes são cometidos em nome da ambição e do poder. O delegado só investiga o que é do interesse do prefeito. Para pagar o aluguel de um galpão que servirá aos interesses da primeira-dama, a merenda escolar é cortada.

Será apenas ficção ou uma crítica, com uma pitada de humor , do que acontece no mundo real?

Somos todos responsáveis por tudo o que acontece em nossa cidade, estado e país. Somos nós que elegemos os que estão no comando do país. Não podemos nos eximir desta responsabilidade.

Por isso, precisamos ser mais atentos ao que estão fazendo com o nosso país e cobrar de nossos representantes atitudes mais concretas em relação à melhoria da qualidade de vida da população que o elegeu.

É que têm alguns políticos que quando trabalham pela melhoria da qualidade de vida, pensam só na melhoria da sua e da sua família.

Acordem senhoras e senhores, porque um dia, apesar de todos os entraves que vocês colocaram, o povo vai despertar a sua consciência crítica. E aí, com ficha limpa ou sem ela, serão as urnas que irão punir aqueles que lesaram o país.

Utopia? Não. Sonho que sonhamos juntos e que vai se tornar realidade.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

AVE-MARIA: ROGAI POR NÓS !


AVE-MARIA! Tu que recebeste do Pai, a graça de gerar o Seu filho muito amado e que com sua força e sua sabedoria, o acompanhaste com coragem, da manjedoura até o calvário, ROGAI:
- Rogai por todas as mães que não tiveram a graça de gerar filhos;
- Rogai pelas mães, que não podendo gerá-los ou mesmo já tendo os seus, acolhem os filhos de outras mães, como se fossem seus;
- Rogai pelas mães que não bendizem os seus frutos, por serem frutos do desamor e da miséria;
- Rogai pelas mães que maldizendo os seus frutos, os impedem de nascer ou que os deixando nascer, os abandonam nas esquinas da vida, não tendo mais nem a sua miséria para dividir com eles;
- Rogai pelas mães que não podem ser benditas, por não terem como calar o choro de seus filhos, que gritam por comida, no meio da seca, das favelas, debaixo das pontes e dos viadutos;
- Rogai por todas as mães, que impotentes diante da opressão do mundo, não conseguem libertar seus filhos das amarras que fazem com esqueçam que são seres humanos;
- Rogai pelas pobres mães dos filhos mimados, que por terem em demasia o que falta aos outros, desconhecem o que é fraternidade;
- Rogai pelas mães que preferiram esquecer de mostrar a seus filhos, que além das janelas azuis de seus quartos cor-de-rosa, existe um mundo real, cinzento e pálido, onde nem sequer existem quartos;
- Rogai por todas as mães, que por escassez ou por excesso, não encontraram ainda o caminho da solidariedade, nem para si mesmas, nem para os seus filhos;
- Rogai pelas mães, que seguindo o Teu exemplo, tentam criar seus filhos com amor, ensinando-os a agir com justiça e a lutar pela liberdade, sua e dos outros;
- Rogai pelas mães, que às vezes precisando deixar seus filhos em casa, para cuidar dos filhos de outras mães, não encontram apoio para seguir em frente, sem olhar para trás.
- Rogai pelas mães, que vendo o sofrimento de tantas outras mães, lutam para amenizar as suas dores;
- Rogai pelas mães que repartem e ensinam seus filhos a repartirem com os outros não apenas o que lhes sobra, mas também o que poderia lhe fazer falta;
- Rogai pelas mães que entendendo o verdadeiro sentido da partilha, dividem com os outros o seu ouvido, o seu ombro amigo, o seu tempo ,o seu coração, a sua vida;
- Rogai enfim, por todas as mães e por todos nós, seus filhos, tantas vezes santos, tantas vezes pecadores, para que através de Teu Filho, possamos encontrar a coragem de lutar, para que um dia, não existam mais mães nem oprimidas, nem opressoras; nem desesperadas, nem exageradas; nem perseguidas, nem omissas; nem perdidas, nem equivocadas.
- Rogai Santa Mãe de Deus, para que um dia, possam existir, simplesmente, AS MÃES !

domingo, 24 de abril de 2011

LIVRO VIRTUAL TEM GRAÇA?


Desde o ano de 1996, a UNESCO instituiu o dia 23 de abril como sendo o DIA INTERNACIONAL DO LIVRO E DO DIREITO DO AUTOR.
Pouco se falou sobre isso, mas, assisti a uma reportagem onde foram entrevistadas pessoas com Laptop, mas que preferem ler o livro em sua forma original.

Quem me conhece sabe que sou uma pessoa completamente adepta da tecnologia. Confesso que não consigo imaginar hoje, trabalhar sem computador. Como escrever um texto em uma máquina de datilografia mecânica, sem ter como corrigir, automaticamente, os erros? Logo eu que me diagnostiquei como sendo portadora de “dislexia digital”?

Quando lembro das cópias datilografadas com carbono, da força que a gente tinha que fazer para sair tudo na última página e, pior ainda, quando a gente errava, o trabalhão que era para apagar, página por página, com todo cuidado para não borrar as demais.

Lembro da minha alegria incomensurável quando, trabalhando como bolsista na UFPE, tive acesso a uma IBM, com esfera e tecla corretiva. Foi o paraíso, podem crer.

Os computadores me encantavam. E eu ficava sonhando com o dia em que poderíamos ter acesso a algo tão maravilhoso.

O dia chegou na década de 80, quando tivemos o nosso primeiro PC: um sinclar, ligado à TV e alimentado por fita K7. Depois veio o TK83, o TK85, colorido, o primeiro aple, com um driver de disquete externo, daqueles enorme.

Bem até os Mac e I7 de hoje, muita água rolou debaixo da ponte. Até chegarmos aos smartphones, pequenos computadores, super portáteis que, ainda por cima, nos permitem ligar para as outras pessoas.

Nos PCs, Laptops, Nettops, Ipods, Ipads e Iphones, podemos nos conectar com o mundo, ver e-mails, notícias, assistir a shows, enfim, em casa ou na rua, temos, virtualmente, o mundo em nossas mãos.

Tudo isso me fascina. E como! Posso estar sempre em contato com minhas filhas que moram no exterior, a qualquer hora. Posso conversar pelo skype, horas a fio, sem pagar o alto custo das ligações telefônicas internacionais. E posso vê-las, me sentindo em um episódios dos Jetsons, meu desenho favorito na infância.
Passo o dia inteiro no computador, trabalhando. Em quando chego em casa, ainda ligo o meu PC para checar meus e-mails, jogar e conversar com as filhas. A tecnologia é parte da minha vida.

Mas, tem uma coisa que, apesar de toda evolução em relação ao seu acesso, eu ainda sou extremamente tradicional. É quanto à leitura de um livro.

Não abro mão de ler um livro, segurando, virando suas páginas, sentindo a emoção que elas encerram em seus parágrafos. Costumo fazer compras pela internet sem o menor problema. Mas livro não. Livro tem que ser comprado em uma livraria. Mas tem que ser uma com cara realmente de livraria, organizada, com suas estantes repletas de títulos, divididos de forma a facilitar a vida do cliente.

Não gosto de comprar livros em livrarias tipo magazins, tocando música de péssimo gosto a todo vapor, crianças correndo, gritando e esbarrando na gente, filas intermináveis, estantes bagunçadas e vendedores pouco solícitos.

Nada disso. Gosto de flertar com o livro, segurá-lo em minhas mãos, folheá-lo, ler as orelhas, a sinopse, sentir a interação.

Depois de comprar o livro escolhido ou, quem sabe, o livro que me escolheu, esperar o momento certo para ler. Tem que ter silêncio, tranqüilidade. Porque para mim, começar a ler um livro é quase que começar uma relação de amizade. Às vezes, um início maçante pode ser o indício de uma amizade curta. Mas, como também acontece com as pessoas, os livros precisam de uma segunda chance. E, aí, passada aquela fase inicial, podemos descobrir um livro maravilhoso, que jamais poderíamos ter deixado de ler.

Se morasse em uma casa, com jardim, com certeza seria ali, em sombra, fresca e agradável, que me sentaria para ler.

O livro é isso, um companheiro de alguns dias, às vezes semanas, dependendo do tamanho e do momento, que alimenta a nossa imaginação, que nos diverte e, ás vezes, até acalma. E, muitas vezes, deixa saudade.

É por isso que, por mais que a tecnologia avance, por mais que possamos carregar milhares de livros em nossos tabletes e notebooks, nenhum deles, jamais, poderá substituir o prazer de entrar em uma livraria, escolher um livro e, com ele nas mãos, nos deixarmos levar pelo maravilhoso mundo dos contadores de história.

terça-feira, 12 de abril de 2011

O BRASIL MUDA SE A GENTE MUDAR

Vivemos em um país, que como qualquer outra, tem sua cultura própria, fruto de uma mistura de cores e raças, que o tornam bastante diversificado. Somos um povo tão misturado, que, em algumas regiões, como o nordeste, por exemplo, não tem como a gente se definir de uma raça ou de uma cor específica. Por mais branca que seja a pela, por mais claros que sejam olhos e cabelos, se tiver aquela meia-lua nas unhas, não tem jeito: graças a Deus, todos nós temos sangue índio, negro e europeu nas veias. E esta mistura de raças nos deu a oportunidade de irmos formando os nossos próprios costumes, hábitos, modos de encarar a vida. E, entre estas características está uma que vem atrapalhando a nossa vida, faz tempo. É aquela mania que brasileiro tem de não lutar por seus direitos. É aquela história que a gente ouve desde pequeno; deixa pra lá, não tem dinheiro que pague a contrariedade e a perda de tempo colocando na justiça. A conta do cartão veio a mais? A do telefone está cobrando ligações que você não fez? Se falarmos em reclamar, logo ouvimos toda esta ladainha. Mas, aos 14 anos de idade, em plena ditadura militar, descobri que somos cidadãos e que temos que lutar por nossos direitos. E cresci reivindicando cada direito negado, cada espaço invadido pela leviandade alheia. É preciso paciência? A gente cultiva. É preciso saber argumentar? A gente aprende. É preciso saber brigar? Ah, isso eu já nasci sabendo. Ao longo da minha vida já tive substituídos pelos fabricantes gravador de CD, aparelho de som, TV, vídeo-cassete e até caixa de sorvete. É isso mesmo. Isso há uns vinte e oito anos atrás, morando em Natal. O supermercado desligava os refrigeradores á noite, para economizar energia e daí estragava as coisas. Engraçado como as pessoas se envergonham de reclamar seus direitos. Mas, as brigas batem recordes quando se trata de telefonia, móvel ou fixa. Como escrevi na semana passada, a TIM aprontou mais uma comigo. Mas o final foi feliz e eu quero colocar pra vocês a prática da minha teoria, a de que vale a pena brigar com as empresas que nos lesam. Como a TIM se recusou a aceitar a minha reclamação, mantendo o valor absurdo que estava me cobrando, recorri a ANATEL – Agência nacional de Telecomunicações. Gente, FUNCIONA! Dei entrada na reclamação na segunda-feira, 04 de abril. Não demorei nem cinco minutos para ser super bem atendida por uma funcionária solícita e eficiente. Recebi até uma correspondência informando que a TIM já havia sido notificada e que eu aguardasse o contato em até cinco dias. Caso contrário, entrasse novamente em contato. Exatos cinco dias depois, me ligaram da TIM, sempre com aquele ar de superioridade, de que estão absolutamente certos e que eu teria que pagar o valor total da conta. Pedi licença à pessoa que me ligou para explicar mais uma vez a situação. Depois falei que não iria, de forma alguma, pagar o que não devia, só porque eles não se davam ao trabalho de reconhecer o erro deles. Falei que tudo bem, que iria retornar a ANATEL e que depois seguiria os trâmites cabíveis, fosse PROCOM ou pequenas causas. Daí a moça falou que depois de ouvir a minha argumentação, a “TIM” resolveu retirar o que eu estava reclamando e que iriam enviar uma nova conta com o valor que eu reconhecia. Acreditam nisto? Já recebi, via e-mail e já paguei, uma conta no valor de R$ 77,87 reais, em lugar do R$218,00 que estavam cobrando. A ANATEL funciona! Isso não é um alento para nossa paciência cansada de tanto se aborrecer com essas operadoras de telefonia? E só perdi mesmo a linha do celular porque não quero mais aquele número mesmo. Virei a página! Mas se quisesse, poderia requerer a linha de volta. Mas prefiro um número novo mesmo. Pra não ficar nenhuma lembrança de todas as raivas que a TIM já me fez. Então, destas minhas experiências eu tirei a lição de que, se a gente quiser, as coisas funcionam. Só precisamos exigir nossos direitos, cobrar dos órgãos competentes que cumpram a sua função. Reclamem, briguem por seus direitos. Não se importem em perder um pouco de tempo.. Acreditem, para todas as outras coisas pode até existir mastercard, mas para receber a conta com o valor correto, depois de um mês e meio reclamando e ver uma empresa como a TIM reconhecer seu erro, não tem mesmo preço.

domingo, 3 de abril de 2011

TELEFONIA CELULAR: UMA RELAÇÃO DE AMOR E ÓDIO

Tenho telefone celular há tantos anos que não lembro exatamente quando compramos a nossa primeira linha. A linha foi comprada ainda à TELPE. E os aparelhos eram tão caros que o que compramos, era chamado de arma branca, de tão gigante. Mas, na verdade, se tem uma coisa que não me preocupa é estar antenada com os últimos modelos, só porque estão na moda. Sou antenada com as coisas que tornam a vida mais prática, mais confortável, mais leve. Se estão ou não na moda, isso é o que menos conta pra mim. Pois muito bem, por vários anos, esta era a linha da família. O celular ficava com quem fosse sair e precisasse se comunicar. Com o passar do tempo, tanto as linhas quanto os aparelhos foram barateando e hoje já super comum cada membro da família ter o seu próprio aparelho de celular. Por vezes, mais de um. E eu fiquei com a tal linha dos primórdios da telefonia celular em nosso estado. Lembro que ela era TDMA e passou a GSM, sem maiores delongas. Hoje, passados pelos menos entre treze e quinze anos, fui obrigada a cancelar esta histórica linha familiar, porque a operadora resolveu me cobrar um absurdo de conect fast web e se recusa a remover o valor. Alegam que rastrearam meu chip e confirmaram que eu usei a inetrnet pelo celular naquelas datas. E o que é pior, os horários de acesso ora são de madrugada, ora em horário de trabalho, quando estou ou dormindo ou conectada através de computador. Ganhei de presente de minha filha um celular para navegar na internet. Este aparelho só começou a funcionar no dia 24 de janeiro, depois de todos os ajustes necessários, já que veio do exterior. No mesmo dia fiz um plano de acesso a web. Entretanto, como me deram um prazo de 48 horas para acesso, só comecei a acessar a internet através do aparelho lá pelo dia 27 de janeiro. Pois imaginem vocês que na conta de fevereiro veio cobrando, além do proporcional do plano de acesso a web, conexões a partir do dia 07 de janeiro, quando sequer passava pela minha cabeça entrar na internet pelo celular. Até ganhar este novo aparelho, a última vez que usei internet no celular foi há pelo menos uns cinco ou seis anos, para baixar toques. Com a chegada dos aparelhos com cabo de dados e/ou cartão e a minha descoberta do audacity, passei a editar meus próprios toques e aboli o uso de internet no celular. Além de me cobrar acessos antes de eu ter um telefone adequado para isso, continuaram cobrando mesmo no período em que eu já havia contratado o plano de acesso a web. E, com certeza, não eram acessos meus porque entre meia noite e cinco horas da manhã tenho o estranho hábito de estar dormindo. Reclamei, expliquei, me disseram que aguardasse que em cinco dias entrariam em contato comigo. Alguém ligou, disse que constataram o erro e que em breve eu receberia uma nova conta. Nunca recebi. Até que chegou outra conta, com vencimento para março. E que veio, novamente, cobrando acessos à internet. Liguei de novo, desta vez, na hora, reconheceram o erro e me enviaram uma conta certa, sem o valor das conexões. Procurei saber da conta anterior, disseram que já haviam passado as informações para minha filha. O que não aconteceu. No dia seguinte, a linha foi bloqueada. Finalmente consegui saber que o valor havia sido confirmado e que eu teria que pagar a conta em sua totalidade. O que, na prática era três vezes o que eu realmente devia. Bem, resolvi entrar com uma queixa na Anatel. Enquanto isso ou eu pagava a conta ou a linha continuava bloqueada. Resolvi cancelar o plano e transformar em pré-pago para não ficar pagando por um serviço que não poderia usar. Não pude. Então vou fazer a portabilidade para outra operadora. Não poderia. A não ser que pagasse a conta. A única opção que me deram para eu não continuar pagando o plano era cancelar a linha. Cancelei. Perdi um número que usava há quase 15 anos, inclusive para contatos profissionais. E acreditem, ninguém da operadora ligou para oferecer alguma alternativa. Vocês já devem saber de qual operadora estou falando. É da TIM, lógico. Agora vou dar entrada na reclamação na Anatel. Mas confesso que não estou lá muito esperançosa não. É a palavra deles contra a minha. Eu não tenho como provar que não fiz os acessos porque não tinha um aparelho de celular que faça um relatório de minhas atividades. Agora, da segunda conta eles abateram na mesma hora. E da primeira, que o valor é quatro vezes maior, se recusam. Se recusam, inclusive de retirar os acesso cobrados no período em que eu já havia feito o plano de acesso. Bem, é isso. A gente não corre perigo de ser assaltado pelos marginais nas ruas não. A gente pode ser assaltado de maneira cínica, por empresas como a TIM e mesmo as outras, que nos cobram por serviços que não usamos e não temos como provar. Só me resta agora esperar que a justiça seja feita. Agora, se demorar muito a resolver, logo logo vou receber uma correspondência da SERASA dando um prazo pra pagar a conta. Mas aí, o bicho vai pegar.

sábado, 19 de março de 2011

AFINAL O CRIME COMPENSA?

Não sou uma grande aficionada de televisão aberta e, confesso que pouco sei sobre a programação, chegando, alguma vezes, a parecer meio que uma “ET’ quando as pessoas comentam sobre esse ou aquele programa.
Mas, gosto de uma novelinha das sete. Não de todas que entram no ar. Porque além de gostar da trama tenho também que gostar dos atores. Se não gostar dos protagonistas, não consigo assistir. E, o contrário também é válido.
Por exemplo, gosto muito de Antonio Fagundes, mas não o suficiente para assistir a “Tempos Modernos”.
Quando se trata de novela das oito, só as histórias de Manoel Carlos me atraem. Não gosto daquelas novelas cheias de intrigas, de pessoas ruins que passam a história inteira fazendo o mal. Mas o que acho pior ainda é essas pessoas, no final, não serem punidas.
Como o caso clássico de Vale Tudo, Passione terminou com a grande vilã, assassina fria, personagem de elevadíssimo grau de maldade, feliz e próspera em uma ilha qualquer do caribe, dando mais um de seus golpes e ainda zoando com a cara do ex-comparsa que, pelo menos, estava preso.
Tudo bem, podem dizer alguns. A vida real é assim. Mas não seria o caso de, nestas novelas cheias de crimes, cenas de violência e sexo, recheadas de situações negativas, ao final, o mau ser punido?
Fico imaginado que, definitivamente, os meios de comunicação esqueceram que uma de suas funções, que é EDUCAR e resolveram que informar e divertir é suficiente.
Passione foi uma novela muito ruim e terminou pior ainda.
Já TI TI TI, que foi uma novela divertida, onde as maiores intrigas sempre davam errado, deu,às duas grandes vilãs da novela, um final mais do que feliz. A Steffani, mau caráter que engravidou do namorado da prima pra casar com ele e porá mão no dinheiro da avó, no decorre da novela foi requitando suas maldades ao ponto de contratar uns caras do mau para provocar a morte dos dois, quando o marido, do qual estava separada, herdou uma fortuna. Ninguém morreu, mas será que só a tentativa de assassinato já não seria um bom motivo para ela terminar atrás das grades? Golpista e alpinista social, como era chamada na novela, termina gloriosa, como a vencedora de um reallity show, desfilando em carro aberto pela cidade e agradecendo ao Brasil por a terem escolhido.
A outra vilã, má de carterinha, provoca a doença em um bebê, e faz mil e uma tramas para ter de volta o cara pelo qual era obcecada, tenta matar a mocinha da novela, pra se vingar, arrastando-a para uma armadilha onde bate com o seu carro no carro da outra até provocar um acidente grave. A mocinha fica entre a vida e a morte, mas escapa. E a vilã? Bem a vilã encontra um garotão sarado e fogem junto rumo à felicidade.
E então, qual a mensagem no final de tudo? O crime compensa. Pode matar, esfolar, enganar, prejudicar como quiser que, no final, é só fugir e ser feliz.
Que bela mensagem para as crianças, jovens e adolescentes que assistem a essas novelas heim?
Como se não bastasse a bizarrice absurda e ridícula dos BBB da vida, a moda agora é espalhar a maldade com sucesso.
E não adianta a desculpa de que é a realidade. Porque é aí que a coisa piora. Se a realidade é essa, como vamos mudá-la se a televisão mostra que é assim que tudo dá certo?
Pra que perder tempo trabalhando, estudando, se, com alguns golpes se pode ficar rico e viver feliz pra sempre?
Ah!,Sem falar que a bola da vez agora é a bigamia. Na tal da Passione, uma senhora de mais de 80 anos termina com um marido e um amante. E o italianinho com uma esposa e uma amante, formando uma família harmoniosa e feliz.
Em TI Ti Ti, o costureiro André Espina termina com a esposa ardilosa e vilã (de médio porte), incentivando o relacionamento dele com Jaqueline, tudo em nome dos negócios e do sucesso.
Ah! E não posso esquecer que a “titia’, personagem que era completamente pirada no início da novela, recuperou a memória, deu uma transformada no visual e terminou, também ela, com dois namorados.
Que lástima que a TV não se preocupe mais em formar, em educar, através de suas séries e novelas.
Nesta linha de sejam maus e vivam felizes, só temos a perder, porque daqui pra frente, com certeza, o nível só vai piorar. Não tem sido assim ultimamente?

sábado, 12 de março de 2011

ESTES TAIS DE COMENTARISTAS...

Fala a verdade, para você o que é um comentarista? Bem, agora é o momento de dizer: bem, comentarista é aquela pessoa que nos enriquece com suas observações, enquanto assistimos a algum evento.
Outro poderia dizer: é aquela pessoa que nos ajuda a entender algum esporte que não conhecemos.
E mais; comentarista é aquela pessoa que nos anima, que nos esclarece. São indispensáveis.
Estes "comentários" correspondem à realidade? De verdade, você concorda com algum deles?
Pois é, nem eu. Gente! Existe nos meios de comunicação alguma profissão mais dispensável do que comentarista.
Não foi a toa que, durante a copa de 2010, o twitter pipocou com o "cala boca Galvão". Eu não suporto ouvir os comentários óbvios ou desnecessários de comentaristas de esportes, de uma maneira geral, de entrega de Oscar e desfile de Escola de Samba.
Minha gente, o que foi aquilo este ano? Eu não tenho a menor paciência para assistir aos desfiles ao vivo. Daí, assisto àqueles compactos, bem compactados, suficientes para termos uma visão dos desfiles.
Mas, mesmo assim, não pude deixar de ouvir os comentaristas se atropelando, cada um querendo mostrar mais conhecimento que o outro, falando de coisas que provavelmente receberam prontas, sobre os carros alegóricos, os personagens, a história contada pelas escolas. Não sei o nome de nenhum deles. Só sei que a voz masculina se não era Galvão Bueno era clone da voz dele. Igualmente irritante. E a comentarista, nem comento. Os dois pareciam estar competindo pelo "estandarte de latão" de comentarista.
As pessoas não têm noção do quanto falam besteiras no ar? Quem se importa que tal time passou 32 anos sem jogar naquele campo em dia de chuva?
A quem interessa que aquele ginasta rodopiou as suas primeiras oitocentas mil vezes usando um padrão azul celeste?
Que é que é isso minha gente? O cara se empolgou tanto com o desfile que daqui a pouco parecia que estava transmitindo os momentos finais de uma corrida de fórmula 1. Aquela voz ansiosa, aquela emoção de quem vai cruzar primeiro linha... emoção que, muitas vezes, só existe mesmo na cabeça deles não é?
Tem gente que vai para o estádio e leva um radio de pilha. Sabe por que? Porque o comentarista narra sempre com muita mais ação do que realmente está acontecendo. Então, às vezes, o jogo está tão ruim que vale a pena fechar os olhos e só ouvir o rádio.
Definitivamente não tenho mais paciência para isso. Bem, jogo de futebol eu não vejo mesmo, de forma alguma. E o resto, patinação no gelo, ginástica olímpica, desfile de Escola de Samba, só consigo assistir se for no modo Mute.
Fala sério! Ninguém merece.

sábado, 5 de março de 2011

O CARNAVAL ESTÁ AÍ. E DAÍ?

Pois é, chegou o carnaval. Nunca se vê tanto alvoroço na cidade quanto nas proximidades do carnaval.
Tudo bem, não tenho nada contra a pessoa se fantasiar e cair no frevo. Até aí tudo bem.
Acho interessante dar uma espiada na TV no sábado pela manhã, para ver um pouco do desfile do Galo.
Gosto de assistir aos telejornais, ver as reportagens sobre o carnaval. Curto a criatividade sadia nas fantasias e tal. Não tenho, é verdade, a mínima paciência para assistir aos desfiles das escolas de samba do Rio ou de São Paulo. Mas se for uma reportagem que mostre flashes do desfile, sem muita repetição, consigo encarar.

Agora, o que eu não consigo mesmo aceitar ou entender é que o carnaval seja sinônimo de permissividade. Isso eu não vou mesmo entender nunca.
Porque as pessoas não podem concentrar sua euforia e sua irreverência nas fantasias e no pula pula? Por que precisam beber até cair, se drogar até morrer, transar até o limite da exaustão e desrespeitar todas as regras da conveniência, da boa educação e do respeito aos limites?

O carnaval é uma grande festa democrática, onde todos brincam misturados, nos blocos, nas ruas, sem distinção de cor, credo ou classe social. Bem, pelo menos é o que a gente acredita. Ou, pelo menos, deveria ser assim. Mas, muitas vezes, o desrespeito é tanto que alguns podem sair machucados, fisicamente e emocionalmente.

Quando o Galo começou a desfilar, eu e meu marido participávamos do desfile. Era muito divertido ver os blocos e as fantasias engraçadas. As pessoas brincavam sem incomodar ás outras. Nunca presenciamos violência ou furtos. Mas, com o tempo, o bloco foi crescendo e, acho que a última vez que desfilamos no Galo foi há pelo menos uns vinte anos. Não consigo nem chegar perto. Assistir só pela TV. Bem longe do centro da cidade.

Adoro o frevo. Não há ritmo de carnaval mais bonito, de se ouvir e de se ver dançar. Curto o maracatu e seus tambores, a sua história e tradição. Acho o carnaval um espetáculo belíssimo, de cores e ritmos. Sou uma fã incondicional da cultura popular e, mais ainda, da cultura popular de Pernambuco.

Mas, infelizmente, enquanto o carnaval for sinônimo de “durante os quatro dias de momo tudo é permitido”, o brilho da festa será sempre ofuscado pelos números finais da violência, das prisões, dos acidentes.

E, enquanto assim for, vou continuar assistindo só de longe. Sem ser obrigada a presenciar cenas desagradáveis de bêbados inconvenientes passando a mão na mulher alheia ou lamentáveis cenas de acidentes de carros e motos esbagaçados. Passando o carnaval em casa, me poupo de ouvir esta famigerada frase: “É carnaval, então tudo pode”. Pois é, é carnaval, eu sei. Mas e daí?

domingo, 27 de fevereiro de 2011

SAUDADE DO QUE NÃO VIVI

OU QUANTO DÓI UMA SAUDADE

A nossa vida é como um livro de história, que vai sendo escrito, pouco a pouco. Sei que isso é clichê e tal, mas acredito mesmo nisso. As coisas vão acontecendo e se juntando às outras, formando a história de nossa vida.

Cada momento, cada acontecimento, é parte de um determinado capítulo que pode se encerrar em um instante ou se arrastar por toda a vida.

E a nossa história, é claro, vai se entrelaçando com outras histórias, em primeiro lugar com as de nossos pais e familiares e depois, se expande, com a entrada dos amigos, dos amigos dos amigos,dos vizinhos, dos namorados e namoradas, das famílias deles e de tantas outras histórias, alegres ou tristes.

Ontem, encerrou-se, mais um capítulo da minha vida. Morreu uma pessoa que teve muita importância em minha história, embora já não nos víssemos há algum tempo.

Ele e meu pai se conheceram ainda crianças. Por isso, era como se fosse um tio de verdade. Cresceram juntos e, as namoradas se deram tão bem que passaram a formar uma pequena família, sem laços sanguíneos, mas afetivos, muito fortes.

Noivaram, casaram, tiveram a primeira leva de filhos, viviam sempre tão próximos, tão juntos, que eram praticamente como se fossem realmente irmãos.

Entre sete e cinco anos depois, lá chegava a segunda leva de filhos. Igual à primeira, dos meus pais, uma menina, do lado deles, uma menina e um menino.

Crescemos assim, eu, minha irmã e meus quatro primos-irmãos, como uma só família. Todos os sábados, saiam os quatro para passear. O Veleiro e o Barril foram, por muito tempo, seus locais preferidos. E às vezes ia a cambada toda, na maior farra. Como nos divertíamos. Ainda sinto o sabor da melhor coxinha que já comi em minha vida: a do Barril.

Não há um momento sequer de minha vida, até meados da década de 80, que eles não tenham feito parte. Não havia feriado que não passasse com eles. Íamos para hotéis em Fazenda Nova, Garanhuns, ou para casas alugadas em praias como São José da Coroa Grande.

Quando o carnaval chegava, se não fôssemos passar fora, eu e minha irmã nos mudávamos para a casa deles. Às vezes, até meus pais iam também. Brincávamos nas manhãs de sol para as famílias recifenses e à noite nos esbaldávamos no corso. Como eu adorava o corso. Como eu amava chegar em casa toda melada de talco, maisena, café e, todos famintos, esperar pela famosa macarronada de meu primo mais velho: a macarronada da meia-noite. Que delícia!

Tive uma infância muito feliz, ao lado dessa dupla família, que nos levava aos passeios mais incríveis como, por exemplo, sair de Recife para almoçar em um restaurante a 90 km de distância ou ir andar a cavalo em Fazenda Nova e voltar no mesmo dia. Nos tempos da minha infância ainda não havia chegado a crise do Petróleo. Imagino que alguns estão fazendo as contas tentando adivinhar a minha idade.

Havia os passeios de domingo pela manhã ao monte dos Guararapes, onde a gente subia nas árvores e chupava rolete de cana. E pitomba, é claro, quando estava na época. Respirávamos brincadeira e história. E ainda, de quebra, tínhamos direito a uma vista maravilhosa.

Ah! Não posso esquecer os divertidos piqueniques que fazíamos em Itapuama, à época uma praia semi-deserta, com ondas assustadoras. E depois, a travessia das pedras e o banho nas tranquilas águas de uma prainha linda que, só anos depois, descobri que se chama Pedra do Xaréu.

Não convivi muito com a família de meu pai. Portanto, não tive muito contato com os primos de sangue do lado de lá. E, em relação à família da minha mãe, apenas um tia, minha madrinha muito querida e sua única filha, eram os parentes de sangue com quem convivíamos frequentemente e que realmente posso chamar de família. Com esta prima, tínhamos e temos, até hoje, uma relação de irmãs. Seus filhos eram os meus xodós na infância e adolescência. Minhas pequenas e queridas companhias. Hoje, adultos e com filhos, continuamos unidos.

Bem, voltando à outra família, fomos crescendo, os meus primos mais velhos casaram, chegaram os filhotes. Como curti esses priminhos. Quando o primeiro nasceu, como eu trabalhava e estudava a semana toda, todos os sábados eu pegava o ônibus e ia para a casa da minha prima, cuidar do meu priminho. Ele carregou as alianças no meu casamento. Fofíssimo. A irmãzinha dele seria daminha. Até ensaiou. Mas, com apenas dois aninhos, na hora de entrar, se assustou com o fotógrafo e desistiu.

E daí foi a vez da segunda leva casar. Primeiro eu e depois os meus primos. Esqueci de falar nas noites de natal. Eram animadas, sempre com novas crianças nascendo e alegrando a noite. O natal era comemorado em casa de meus pais. E o ano novo, em casa de meus tios, junto com a comemoração do aniversário de meu primo. Um primo que podia não ser de sangue, mas que era mais que isso, era o irmão que eu não tinha, o amigo e confidente. Tínhamos uma amizade tão grande que as pessoas até pensavam que um dia a gente ia se casar. Mas não. Era puro sentimento fraterno. Sempre.

Tive a alegria de ter duas tias incríveis: a minha madrinha, irmã da minha mãe e a tia do coração. Éramos uma pequena família, alegre e unida.

Mas o tempo passou, as coisas foram mudando e, em determinado momento de nossa história, o elo se partiu. Não gosto nem de lembrar quando e como isso aconteceu. Foi banal, foi desnecessário, mas, infelizmente, aconteceu.

Às vezes, as coisas acontecem mesmo assim. Uma pequena fagulha inicia um grande incêndio. Um trincado minúsculo e toda a estrutura de vidro explode em perigosos fragmentos.

E aquela família que eu tanto amava, que já existia antes mesmo de eu nascer, a minha família do coração se desfez em duas partes. Ficamos separados por tão pouco. Passei anos de minha vida chorando a cada aniversário de algum dos meus primos ou dos meus tios. Foi uma recuperação muito difícil. Arrastou-se por anos. Quando nos encontrávamos era sempre tão difícil. Mas o tempo foi passando, e a dor foi se acomodando, querendo cicatrizar, sem muito sucesso. Na verdade, se transformou em uma cicatriz dolorida, que , embora não sangre, está ali, viva, nos lembrando do tamanho da ferida.

Hoje, passados mais de 25 anos, já não existe nenhum vestígio do que fomos, não participamos das vidas uns dos outros. Alguns já não estão mais entre nós. De minha pequena família já partiram meu pai, a minha madrinha e o marido de minha prima. Por outro lado, a família aumentou um pouco com a chegada da esposa de meu primo e de seus dois filhinhos e do marido da minha prima e de sua filhota. e a minha família também cresceu pois, apesar de das minhas três filhas, as duas mais velhas morarem longe, a chegada dos dois genros aumentou a família, ainda que de longe. Somos uma família transcontinental e internacional,

E do lado da minha família do coração, só a minha tia já partiu. Isso até sexta-feira quando, no trabalho, recebi a notícia de que seu marido já não estava mais entre nós. Fazia tempo que eu não o via. Na quarta-feira, de repente, sem nenhuma razão, eu me lembrei dele e me perguntei como ele estaria, se estaria bem e qual seria a idade dele agora. Três dias depois, voltei a vê-lo, só que no velório. Teria ele pensado em mim por algum momento e eu teria sentido isso? Nunca vou saber.

E ontem, durante o velório, falando com meus primos que eu não via há tanto tempo, olhando seus filhos grandes, homens e mulheres, uns casados, com filhos, senti uma saudade enorme, saudade de um tempo que não vivi, que me foi roubado por circunstâncias que poderiam ter sido evitadas... quem sabe?

O bebê que eu atravessa a cidade nas manhãs de sábado para curtir, para cuidar, agora segura seu próprio bebê em seus braços. Um lindo garoto de olhos vivos que nunca me viu e talvez nunca vá saber que eu era louca por seu pai, que eu passava muitas tardes de domingo, junto com meu marido, à época namorado, cuidando dele para a minha prima descansar. Quantas não foram as gofadas dadas nas camisas dele ... lembradas até hoje ...

Olhava para eles, os filhos dos meus primos, sentindo uma tristeza imensa por ter deixado de fazer parte de suas vidas.

Enquanto olhava, de longe, o corpo de meu tio, a serenidade que sua fisionomia passava, relembrava os pratos de banana amassada que ele levava pra gente lanchar, dentro do mar, porque não podíamos perder nenhum minuto saindo para comer fora da água.

Lembrei dos carnavais cheios de animação que passávamos todos juntos, dos passeios, das noites de natal, das caixas de sorvete compradas na fri-sabor para a sobremesa dos almoços do domingo, do doce-de-leite fetio com leite condensado cozido na lata, do tri-campeonato que assistimos todos juntos. Como poderei esquecer da viagem dos quinze anos meu e de meus primos – somos os três do mesmo glorioso ano de 1955. Fomos de carro para a Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, sendo a volta pelo sertão, para visitar a minha prima, o marido e meus dois priminhos, os de sangue.

Foi uma viagem inesquecível, com direito ao carro quebrar a cada vez que subia uma ladeira, mas extremamente gostosa e divertida. Meu pai dirigia e minha mãe, minha tia, eu e meus dois primos só curtíamos a estrada. Meu tio se encontrou com a gente só depois, em São Paulo.

Das minhas três filhas, só a mais velha ainda conviveu com toda a família unida. As outras duas já nasceram quando seguíamos rumos diferentes. Como lamento tudo isso. Como lamento estes anos em que perdemos de conviver uns com os outros. Mas, passado não se muda. Não dá pra voltar atrás. Por mais que a gente lamente.

Fico aqui com a minha saudade. Com esta saudade danada que arrebenta o meu peito. A saudade de tudo de bom que passamos juntos e a saudade de tudo que perdemos uns dos outros.

Aos que se foram a minha saudade e a gratidão por ter podido conviver com eles. E para a minha eterna família do coração todo o meu carinho e amor.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

QUANDO OS SONHOS NOS INSPIRAM

Ao ler o texto de Frei Betto postado hoje no blog do Jornal O Porta-Voz, OS SONHOS DE KLEPLER, senti uma identificação enorme com o que ele escreveu sobre o ritmo de vida no século XXI.

Identificação em relação ao sentimento dele de que vivemos uma realidade cruel e controversa. Afinal, o homem desenvolveu tanto a tecnologia e, mesmo assim, continua sempre com pressa.

Sinceramente, sinto um certa “santa” inveja de pessoas que moram em cidades pequenas, que percorrem as ruas da cidade a pé, sem pressa, cumprimentando todos no caminho.

Às vezes me imagino assim: morando em uma pequena cidade do interior, mas não muito longe de uma cidade grande, onde pudesse fazer as compras necessárias para uma vida prática e tranqüila.

É claro que jamais abriria mão da internet, do computador e do celular, pois estar conectada com o mundo é, para mim, um dos privilégios de se viver na era da tecnologia.

Será que é sonhar alto demais viver com tranqüilidade sem abrir mão da informática e suas delícias? Creio que não.

Por que então não poder viver assim, numa cidade tranqüila, onde as pessoas se respeitem, não usem sons altos, não se xinguem no trânsito, não se estranhem nas filas?

Nesta minha, digamos, utopia, não haveria engarrafamentos. Porque só usaríamos carro para ir a outras cidades. Os percursos internos, seriam feitos a pé ou talvez de bicicleta.

Poderíamos deixar sempre as janelas abertas, porque ninguém invadiria a casa de ninguém. Minha casa teria um pequeno jardim, cheio de flores coloridas e um pequeno quintal, onde, embaixo de alguma mangueira (espada é claro) bem frondosa, estariam espreguiçadeiras nos esperando para lermos algum livro ou apenas conversarmos e curtimos a brisa fresca da tarde.

A TV a cabo e a internet nos ligariam ao restante do mundo e, as agruras de uma cidade grande seria para nós apenas notícias.

Como me identifico com os sonhos de Kepler, descritos por frei Betto em seu texto: “a vida campestre, a roda de amigos, o coro de anjos numa igreja e a melodia das estrelas”. Ao sonho dele acrescentaria o aconchego da família. Porque sem ele, nada vale a pena.

Poderia haver uma vida mais feliz? Uma simpática cidade, a família junto da gente, amigos daqueles companheiros de todas as horas, o coro dos anjos e a melodia das estrelas. Quem precisa mais do que isso para viver?

sábado, 12 de fevereiro de 2011

LEI DE GÉRSON

Como se a esperteza já não fizesse da natureza humana, algumas empresas resolveram, através da publicidade, dar uma “mãozinha” em suas campanhas, incentivando o mau-caratismo.


Tudo começou há pelo menos três décadas, quando uma marca de cigarro que realmente não lembro o nome, criou a famosa “Lei de Gérson”, onde o ex-jogador tricampeão, portanto idolatrado pelo país, sentado em uma cadeira, fumava o tal cigarro porque gostava de levar vantagem em tudo. A partir daí, a nova lei ganhou a estrada e se espalhou feito praga pelo país. A partir de então, a “Lei de Gérson” passou ser sinônimo de se dar bem, de saber tirar proveito em cima dos outros, como furar filas, por exemplo. Quem não levava vantagem, passou a ser um otário, numa inversão de valores vergonhosa.

Não que tenha sido Gérson ou sua lei que tenham levado as pessoas a serem aproveitadoras. Mas a “institucionalização” da lei, tirou o aproveitador da condição de criticado para se tornar um praticamente um herói.

Esse comportamento duvidoso, mas aclamado, tem feito parte “honrosa” em nossa cultura. Tanto que coisas como o pagamento de propinas quando se é multado é tão natural quanto se enganar quem nos presta serviço, pagando um salário indecente. As pessoas se vangloriam de inventarem deficiências para estacionarem nas vagas especiais, de sonegarem impostos, de pagarem para alguém fazer seus trabalhos escolares, de nunca terem sido pegos filando em provas, de terem comprado algo muito abaixo do preço porque quem vendeu estava com a corda no pescoço... enfim, ser honesto passou a ser coisa de imbecil.

Há alguns anos, uma indústria de automóveis usou crianças fazendo prova para mostrar as vantagens de ser abertos. As indústrias concorrentes eram representadas por crianças que não davam fila aos colegas. E a deles, ao dar fila, estaria se abrindo ao mercado. Que belo exemplo não? Fiquei tão chocada quando assisti pela primeira vez ao comercial, que achei não ter entendido realmente a mensagem. Para minha desilusão, era exatamente o que não quis acreditar: uma apologia à lei do menor esforço. Pra que estudar, se você pode se dar bem filando? Mas uma vez, não lembro o nome do produto. Fico tão indignada que não armazeno essas informações.

E, no dia seguinte, assistindo ao noticiário, praticamente entrei em choque ao assistir a mais um comercial reverenciando a desonestidade: um cara recebe uma encomenda para o vizinho: uma TV de plasma. Ele resolve abrir para ver se está inteira e daí se apossa da televisão. É claro que passam todas as vantagens sociais que ele tem a partir da tal TV. Daí, toca a campanhia e o vizinho pergunta: você não recebeu uma encomenda pra mim há alguns dias?

Não pude acreditar no que vi! Como promover um produto incentivando a esse tipo de atitude? A TV é tão boa que justifica o fato de se apossar dela?

Então eu me pergunto: existe diferença entre um sem teto invadir uma casa vazia para se abrigar, um sem terra invadir uma área improdutiva para tentar sobreviver e um vizinho se apossar da TV do outro porque ela é “o bicho”? Existe, é claro! O sem teto e o sem terra é pobre, não tem nenhuma perspectiva na vida e se apossar de algo que não lhe pertence é uma tentativa desesperada de conseguir ter uma vida menos ruim.

Vivendo em um país que está em franco desenvolvimento econômico e tecnológico, com um governo que, entrando em seu nono ano, trabalha para promover a inclusão social, já está na hora de começarmos a pensar em promover também a educação doméstica, o respeito aos outros e, acima de tudo, extirpar, de uma vez por todas de nossa cultura, essa maldita lei de Gérson.

domingo, 30 de janeiro de 2011

UM NOVO BLOG NAS INFOVIAS

Curtindo meus últimos dias de férias (últimos por agora, espero), ando meio relapsa quanto ao acompanhamento do que acontece no mundo. Pra completar, fui pega por uma gripe muito da chata que me deixou ainda mais preguiçosa, nestes dias agradáveis de puro ócio.

Mas, aqui e ali, vão acontecendo coisas surpreendentes, como o nascimento de um novo blog:ivanildoholanda.blogspot.com, de meu querido amigo Ivanildo, que nos brinda, finalmente. com o prazer de poder ler, regularmente, seus textos. Pelo menos é isso que ele promete: que toda quinta-feira vai atualizar.

Além da surpresa do blog, outra surpresa, com o que ele escreveu no e-mail que enviou aos amigos, noticiando o nascimento do blog: "Nessas horas a gente pede opinião aos amigos e a quem divide a própria vida com a gente. Fui encorajado. Há muito tempo, Rejane Menezes, esposa do meu querido amigo Serjão, vivia tentando me convencer a publicar alguns contos que escrevi no passado. Rejane, portanto, tem responsabilidade na publicação do blog."

Ah meu amigo, que responsabilidade boa! Como fico feliz em saber que contribui para que você desenvolva este talento e divida conosco seus textos.

Tudo começou há alguns anos, quando minah amiga Fafá, indignada com o que havia passado em um supermercado, escreveu um texto e enviou para os amigos, por e-mail. Amei o texto e, naquele momento, tive a ideia de criar um espaço on line para publicação de textos das pessoas que, normalmente, não publicariam na mídia tradicional. Foi aí que surgiu o jornal on line O PORTA VOZ, no ar até hoje, também em formato de blog (www.jornaloporta-voz.blogspot.com).

E, chegamos a publicar quatro textos maravilhos, que estão no arquivo do Porta-Voz.

Depois, o silêncio. Nunca mais recebi um texto para o Porta-Voz. Cheguei a pensar, com muita tristeza, que havíamos perdido o nosso cronista. Que bom que me enganei.

Ivanildo está de volta, desta vez com seu próprio blog, contando a saga de sua primeira incursão ao mundo da produção de comerciais para a TV. Talvez nem tudo tenha acontecido daquela forma, como ele mesmo nos fala. Mas deve ter chegado bem perto. Vale a pena ler e se divertir com as agruras de um iniciante, sonhador e megalomaníaco, quando se trata de ideias. Afinal, criatividade é coisa que não lhe falta. Quer conferir? Clioque neste link
:
Flash Mob Globo Nordeste - completo
www.youtube.com

E assista ao vídeo completo do Flash Mobe que a sua agência, MERCADO COMUNICAÇÃO, fez para a mensagem de Final de Ano da Rede Globo Nordeste.

Bem-vindo ao mundo dos blogueiros meu amigo. Garanto que todos nós é que temos a ganhar, a cada quinta-feira, quando pudermos ser brindados com mais um texto seu.