Cansadas de viverem sozinhas, de vez em quando as letras resolvem se misturar na cabeça de algumas pessoas e, juntas, formam palavras, que formam textos que, dependendo do momento e da imaginação de cada um, tornam-se contos, ensaios, críticas ou até mesmo incríveis historinhas infantis.
Daí, surgem misturas fantásticas para saciar a nossa fome de beleza e nos levar a um mundo encantado que só a nossa imaginação, unida à imaginação de quem escreve pode desvendar.

sábado, 2 de julho de 2011

E QUANDO O CORPO PEDE UM POUCO MAIS DE CALMA?

PACIÊNCIA (Lenine e Dudu Falcão)

"Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, Até quando o corpo pede Um pouco mais de alma A vida não para...
Enquanto o tempo Acelera e pede pressa Eu me recuso faço hora Vou na valsa
A vida é tão rara...
Enquanto todo mundo Espera a cura do mal E a loucura finge Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...
O mundo vai girando Cada vez mais veloz A gente espera do mundo E o mundo espera de nós Um pouco mais de paciência...

Sou viciada em música. Durmo, escrevo, ando no carro, converso, se pudesse até trabalhava, ouvindo música.
A música me envolve, me aclama, me alegra, me inspira, me emociona. Traz recordações, remetendo a tempos bem distantes ou, às vezes, nos projetando para o futuro, embalando os nossos sonhos, possíveis ou impossíveis.
Mas sou meio chata em relação ao tipo de música que escuto. Chego mesmo a ser intolerante com certos tipos de manifestações musicais. Ás vezes chego a ser mal educada quando, desesperada, me vejo ouvindo certos tipos de sons.
Aprendi, ainda na faculdade, com o querido professor Ormindo que "mau gosto existe" e "gosto se discute sim".
Tenho um gosto bem eclético que vai do clássico ao heavy metal. E, no meio disso MPB, Chico Buarque (um gênero próprio e à parte da MPB) e Beatles (outro gênero próprio).´
Para cada momento, uma música, um gênero, um volume, uma paixão.
Tenho com a música uma relação de amor e amizade. À vezes é amor à primeira vista. às vezes, tem todo um período de sedução e encantaento.
E há aquelas com as quais eu me identifico e que, se fosse compositora, gostaria de ter escrito. É o caso de Paciência, cuja letra inicia este texto.
Como seria legal se as pessoas parassem para ouvir esta música com um pouquinho de paciência.
Sou do tipo light, que não suporta pressão nem pressa. Gosto de fazer as coisas com calma, tranquilidade. quando faço algo que gosto, tem que ter tempo para curtir.
Mas, cada vez mais me sinto sozinha em um mundo onde a pressa é uma marca registrada ou, sei lá, já vem no DNA.
Quando a gente perde uma pessoa muito querida, inevitavelmente nos pomos a pensar na vida, na sua fragilidade, no quanto é efêmera.
Me ocasiões como estas nos perguntamos pra que correr? Por que precisamos estar tão acelerados, como se corrêssemos sempre contra o próprio tempo?
"Será que é tempo Que lhe falta para perceber? Será que temos esse tempo Para perder? E quem quer saber? A vida é tão rara Tão rara..."
A vida é tão rara. Será que ainda temos tempo para perceber?