Cansadas de viverem sozinhas, de vez em quando as letras resolvem se misturar na cabeça de algumas pessoas e, juntas, formam palavras, que formam textos que, dependendo do momento e da imaginação de cada um, tornam-se contos, ensaios, críticas ou até mesmo incríveis historinhas infantis.
Daí, surgem misturas fantásticas para saciar a nossa fome de beleza e nos levar a um mundo encantado que só a nossa imaginação, unida à imaginação de quem escreve pode desvendar.

domingo, 28 de agosto de 2011

IMPUNIDADE ATÉ QUANDO?

Vejam que ironia, o coordenador da Lei Seca no Rio de Janeiro, após beber, segundo ele, meia taça de vinho, atropelou quatro pessoas, uma das quais, um ajudante de pedreiro, faleceu.
Interrogado por jornalistas, o advogado de defesa ainda fez um comentário colocando as vítimas como culpadas por estarem ali no local: “vocês viram o local, viram a rua?” Perguntou ele aos jornalistas.
No mesmo Rio de Janeiro, um bonde descarrila, mata seis pessoas e fere mais de cinquenta. O comentário geral era de que não havia manutenção.
São balas perdidas que matam inocentes, são pessoas alcoolizadas que atropelam e matam, são pegas nas tardes de domingo, mostrados na televisão, com atropelamento incluído no programa.. . enfim, são tantos os crimes que vemos nos jornais e nas TVs, todos os dias, para os quais não vemos punição que chegamos a nos questionar se realmente, algum dia, a justiça será feita, com a prisão destas pessoas que matam impunemente sob o veredicto de crime culposo, sem intenção de matar.
Ora, se eu estou bebendo e vou dirigir, eu sei dos riscos que isso traz como a diminuição dos reflexos, sonolência e até mesmo diminuição da visão. E esses, digamos, efeitos colaterais da ingestão de álcool são o limite entre evitar ou provocar um acidente.
Enquanto os acidentes de trânsito causados por bebida continuarem a ser tratados como culposo e, mesmo em caso de condenação, as penas serem leves, atropelamentos seguidos de morte ou invalidez vaso continuar acontecendo, sem que seus autores precisem se preocupar com as punições.
Enquanto os meios de transporte, sejam bondes, ônibus, barcos ou aviões, continuarem a matar seus passageiros, por falta de manutenção e isso também ficar impune, pra que se preocupar e gastar dinheiro com manutenção? Afinal quem vai pagar por isso?
O custo desta impunidade é muito alto. Ele está sendo paga com vidas humanas.
Mas quem, além dos familiares que perderam seus entes queridos, se importa com isso?
O nosso país está crescendo, se desenvolvendo a olhos vistos. Mas, o desenvolvimento, para ser completo, não basta ser apenas econômico. Tem que ter também o desenvolvimento, a modernização da justiça.
É preciso investir para que, no futuro, além de ser uma potência econômica, o Brasil seja também uma potência no que diz respeito à justiça no seu mais amplo sentido.

domingo, 7 de agosto de 2011

HÁ MOMENTOS NA VIDA DE UM HOMEM EM QUE ELE VISLUMBRA O ETERNO

Esta frase, gravada em minha memória há trinat e oito anos, foi dita no filme “LOST HORIZON - SHANGRILA” ou Horizonte Perdido, por um personagem chamado Richard Conway. Um belo filme, sem dúvida nenhuma, que assisti com os meus amigos, a minha turma, na década de 70, quando a única certeza que tínhamos era que iríamos mudar o mundo.



O tempo passou, um bocado, diga-se de passagem, mas eu nunca desisti de mudar o mundo. Sabe aquela chama que fica acesa para sempre? Ao contrário de Cazuza e sua “ideologia” , onde ele diz que “aquele garoto que ia mudar o mundo frequenta agora as festas do "Grand Monde"... cheguei à maturidade ainda com aquela vontade de querer sempre mudar o que não está certo.
Muitos dos amigos daquela época não encontro mais. Um ou outro acho nas mídias sociais da internete. Sobraram alguns, com as quais ainda tenho a alegria de conviver.


Estes são aqueles que uma vez li em um cartão das paulinas “os irmãos que o coração escolheu”. Aqueles com os quais pensamos em voz volta, rimos, choramos, brigamos e fazemos as pazes. Eles estavam comigo naquela sessão de cinema de onde, emocionados, saímos leves, sentido o corpo e a alma flutuando.


Juntos batalhamos para mudar o mundo. Ou, pelo menos, para tornar o nosso país melhor. E ontem, comendo pizza, conversando sobre os velhos tempos, emocionados chegamos à conclusão que o Brasil está melhor. Bem melhor do que quando nos conhecemos, no comecinho dos anos 70. E nós ajudamos isso a acontecer, sonhando e indo em busca de nosso sonho. Acreditando que um novo Brasil era possível e lutando por isso. Lembramos dos amigos que se foram, dos ícones que admirávamos e da nossa vontade de transformar o que não concordávamos.


Ainda esta semana estava ouvindo Ivan Lins cantar “MEU PAÍS... onde ela fala:
“Aqui é o meu paísNos seios da minha amadaNos olhos da perdizNa lua na invernadaNas trilhas, estradas e veias que vãoDo céu ao coraçãoAqui é o meu paísDe botas, cavalos, estóriasDe yaras e sacisViolas cantando glóriasVitórias, ponteios e desafiosNo peito do BrasilMe diz, me dizComo ser feliz em outro lugarAqui é o meu paísDos sonhos sem cabimentoAqui sou um passarimQue as penas estão por dentroPor isso aprendi a cantar,Voar, voar, voar "


O Brasil não é nenhuma Sangrila, nem está perto de ser um paraíso. Mas, como Ivan Linz finaliza sua música, eu pergunto: “Me diz, me diz Como ser feliz em outro lugar”?