Cansadas de viverem sozinhas, de vez em quando as letras resolvem se misturar na cabeça de algumas pessoas e, juntas, formam palavras, que formam textos que, dependendo do momento e da imaginação de cada um, tornam-se contos, ensaios, críticas ou até mesmo incríveis historinhas infantis.
Daí, surgem misturas fantásticas para saciar a nossa fome de beleza e nos levar a um mundo encantado que só a nossa imaginação, unida à imaginação de quem escreve pode desvendar.

sábado, 9 de outubro de 2010

EM DEFESA DA VIDA

A vida deve ser defendida em todas as suas instâncias, em toda a sua plenitude. Ser apenas contra o aborto não é suficiente para sermos defensores da vida em sua plenitude. É claro que o cristão deve defender a vida a partir de sua concepção. Isso é inquestionável. Mas, é preciso ir mais além. A preocupação, a defesa da vida, tem que continuar após o nascimento. Como será o futuro dessa criança? Ela vai ter alimentação? A mãe vai ter acompanhamento no pré-natal e durante o período de aleitamento? Esta criança vai poder frequentar uma escola? Vai ter um casa para morar? Vai ter direito a lazer? Vai ser feito com ela um trabalho de prevenção às drogas, ao trabalho infantil e à prostituição? Quando crescer, ela vai ter acesso ao mercado de trabalho? Sua família tem acesso a algum tipo de renda?
Nos oito anos de governo Lula as condições de vida da população brasileira melhoram a números vistos. Milhões de brasileiros saíram da miséria e outros tantos da pobreza. Na educação, na saúde, na moradia e empregos, é inegável a mudança para melhor nos últimos 08 anos. Se isso não é cuidar da vida em toda a sua plenitude, não sei mais o que seria.
A proposta da candidata Dilma é dar continuidade a esse projeto de melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. De todos os brasileiros. Não vamos desperdiçar um projeto deste baseados em um ponto. Ponto que, pelo que pode ser observado, já está sendo revisto.
Em tempo, gostaria de esclarecer uma coisa: O PT não é a favor da legalização do aborto conforme alardeiam alguns desavisados, inclusive do próprio Partido. O que foi aprovado no 3º congresso foi uma resolução que é a favor da descriminalização da mulher que fizer o aborto.
Texto da resolução: ´´defesa da autodeterminação das mulheres, da descriminalização do aborto e regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço público evitando assim a gravidez não desejada e a morte de centenas de mulheres, na sua maioria pobres e negras, em decorrência do aborto clandestinos e da falta de responsabilidade dos Estados no atendimento adequado às mulheres que assim optarem.``
Em nenhum momento está dito que o PT quer a legalização do aborto. A proposta desta resolução é para que as mulheres que fizerem aborto não sejam punidas pela lei e que sejam atendidas. Não temos o direito de julgar nenhuma mulher que tome uma atitude terrível desta. E, em boa parte dos casos, as consequencias são tão graves para elas, sejam físicas, sejam psicológicas, que muitas jamais conseguem se recuperar.
Legalizar o aborto seria permitir que essa prática fosse feita abertamente, em qualquer clínica, em qualquer consultório médico, sem nenhum problema. Como acontece em alguns países da Europa, por exemplo. Descriminalizar a mulher que praticar o aborto é uma forma mais humana de tratar uma pessoa que praticou um ato terrível contra si própria. O que fazer então? Colocar esta mulher na cadeia? Deixar que ela morra de hemorragia ou de outras consequencias? Podemos condenar o ato do aborto, mas não temos o direito de condenar a mulher que o pratica. Não como cristãos.
O que Jesus faria em uma ocasião como esta?Baseada nas atitudes Dele através dos Evangelhos, eu, pelo menos, não tenho a menor dúvida de como agiria Jesus: Trataria das feridas, daria conforto espiritual e, a partir de seu acolhimento, com certeza, teria mais uma discípula, uma cristã, disposta a nunca mais cometer este pecado.
O que está em jogo não são simplesmente dois candidatos. São dois projetos de governo completamente opostos: Um que passou oito anos no governo e não fez nada para melhorar a qualidade de vida da população e o outro que está há oito anos no governo e teve, o mesmo tempo do outro, para provar de que lado está: ao lado do povo brasileiro.
Portanto, cada vez que pensarmos em condenar Dilma, temos que levar em conta que estamos condenando a nós próprios a um retrocesso político e social.
Comecei minha luta pelas mudanças em nosso país, aos 14 anos de idade, em plena ditadura militar, dentro da Igreja. Foi na Igreja que aprendi a lutar pela liberdade e pela valorização da vida. Foi na Igreja, que aprendi a defender os fracos e oprimidos, a batalhar pela inclusão social, pelo direito que todos têm "à vida e vida em abundância".
Os cristãos têm ajudado a escrever a história da humanidade, há mais de dois mil anos, entre erros e acertos. Não podemos permitir que mais um erro seja cometido, condenando à fogueira da opinião pública, exatamente a pessoa que pode dar continuidade ao caminho que leva a melhoria de vida para os brasileiros.
Está em nossas mãos o tipo de país que queremos deixar para os nossos filhos, para os nossos netos, para os que virão depois de nós.
As tintas com que será pintado o quadro do futuro do Brasil seremos nós que vamos escolher.
Que quadro queremos pendurar nas paredes da história do país? Uma paisagem alegre e colorida que caiba 190 milhões de brasileiros ou pegamos de volta nos porões da história um empoeirado quadro escuro e sombrio?

sexta-feira, 2 de julho de 2010

PATRIOTISMO OU FUTRIOTISMO?

Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.

Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.

Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama...
Vinicius de Moraes."


De repente o país se encheu de verde-amarelo. Nos carros, nas casas, nas lojas, o verde e o amarelo davam o tom. Algum desavisado até poderia achar que, finalmente, os brasileiros descobriram o encanto de seu país e resolveram viver o sentimento nativista tão em falta por essas paragens.
Mas não. Não é patriotismo, não é orgulho de das cores de nossa bandeira, do verde das nossas matas, o amarelo das nossas riquezas não têm muita importância a não ser... de quatro em quatro anos.
Quando começa a copa do mundo compram-se bandeira e camisas amarela e verde, fazem-se maquiagens, pintam-se as unhas, tudo pra mostrar por quem se torce. Como se fosse necessário demonstrar que está torcendo pelo Brasil. Não seria essa a única época em que a quase unanimidade nacional torce pelo mesmo time? É verdade que existem os estrangeiros e os “do contra”. Mas são minoria.
Vuvuzelas, apitos, gritos de alegria, cerveja, telões, família e amigos reunidos e o essencial: muita animação.
Passamos para as oitava e chegamos ás quartas cheios de confiança. Já combinávamos onde veríamos o próximo jogo, antes mesmo do Brasil e Holanda começarem a jogar.
E o Brasil domina o primeiro tempo, faz o primeiro gol da partida e vai mandando ver.
Mas, no segundo tempo, leva um gol e se desarma. Como sempre. Em lugar de reagir como a Holanda e partir do gol de desempate, leva mais um.
Em vez de correr pro gol, corre pra faltas e perde um jogador.
Que decepção em seleção?
Mas, nem sempre se ganha não é mesmo? 31 seleções têm que perder para apenas uma ser a campeã. E, desta vez, a seleção brasileira ficou do lado de lá.
Mas não temos mais que encarar a perda de uma copa do mundo como a maior das tragédias. Isso acontecia antigamente, quando a ditadura militar nos roubou o orgulho de sermos brasileiros. Quando sepultaram, junto com os perseguidos, torturados e mortos, a nossa dignidade e o nosso direito de lutar pela liberdade de expressão.
Hoje, vivemos tempos diferentes. O futebol não é a única coisa da qual podemos nos orgulhar.
Nós vivemos em um país que cresce, que se desenvolve sem deixar de fora a maioria da população, como acontecia em outros tempos.
A inclusão social, ainda que não seja a ideal, já é realidade. Cresceu a fatia da população brasileira que tem acesso a bens de consumo que há nove, dez anos atrás, jamais sequer sonharia.
Há mais comida na mesa dos brasileiros e também eletrodomésticos.
Com certeza têm algumas pessoas hoje que estão felizes com a derrota da seleção brasileira sob a alegação que o hexa seria usado pelo governo para ganhar as eleições.
Pelo amor de Deus! Vamos combinar que o governo não precisa de um título mundial de futebol para ganhar eleição. São muitos os títulos que realmente que vêm sendo acumulados nos últimos anos.
Não guardem suas bandeiras. Deixem seus carros, suas casas, suas ruas, enfeitados de verde e amarelo para colorir a campanha eleitoral que está começando daqui a alguns dias.
Vamos ter nestas eleições o mesmo entusiasmo que tivemos durante a Copa do Mundo. Mas desta vez, não vamos ficar na torcida, esperando um jogador lá na África do Sul fazer um gol.
Desta vez, vamos nós mesmo ser os protagonistas, fazendo do voto o gol que fará a todos nós vencedores.
Misturemos as cores de nosso partido às cores de nossa bandeira. Em outubro, o futuro de nosso país e de nosso estado vai estar outra vez em jogo. O resultado está em nossas mãos.
Dizem por aí que em time que está ganhando não se mexe.
Eu concordo com esse ditado popular e sua opinião, qual é?

sábado, 26 de junho de 2010

“TODO MUNDO 'PENSANDO' EM DEIXAR UM PLANETA MELHOR PARA NOSSOS FILHOS... QUANDO É QUE 'PENSARÃO' EM DEIXAR FILHOS MELHORES PARA O NOSSO PLANETA?"

“TODO MUNDO 'PENSANDO' EM DEIXAR UM PLANETA MELHOR PARA NOSSOS FILHOS... QUANDO É QUE 'PENSARÃO' EM DEIXAR FILHOS MELHORES PARA O NOSSO PLANETA?"
Rejane Menezes

Essa pergunta foi vencedora em um congresso sobre vida sustentável. Desde que minha filha, adolescente, me encaminhou um e-mail com um texto falando sobre a “involução’ da educação nos últimos anos, iniciado com a esta pergunta, que eu tenho pensando neste assunto com muita preocupação.
A grande preocupação mundial é com “que planeta nós deixaremos para os nossos filhos". É claro que esta é uma preocupação procedente. Imprescindível se queremos deixar alguma vida no planeta. Mas e as pessoas que vão habitar o planeta no futuro? Estamos preocupados com isso?
Eu confesso que sempre estive. Tenho três filhas, duas adultas e uma adolescente e a educação em sua totalidade sempre foi a grande preocupação em nossa casa.
Educar é função dos pais. Desde a educação doméstica, que prepara a criança para o convívio social até a educação formal, escolar, pois a qualidade desta depende da escolha da escola onde colocarão os filhos.
Sempre, eu e meu marido, demos muita importância à educação formal. Elas sempre estudaram em escolas onde fossem formados cidadãos e não pelotões de vestibulandos. Sempre tivemos muito claro que, como pais, nossa obrigação era formar pessoas inteiras e não seres obcecados com vestibular. Formar pessoas preparadas para viver o futuro, com todos os seus desafios e dificuldades. E, essas dificuldades não podem ser amenizadas ou superadas apenas se aprendendo a marcar o “x” no quadradinho certo.
Mas, se observamos atentamente as crianças, adolescentes e jovens ao nosso redor, o que vemos? Vemos que as crianças estão cada vez mais mimadas, cheias de vontades, histéricas, egoístas e autoritárias. Como os pais trabalham cada vez mais, têm cada vez menos tempo para os filhos e, procuram compensar isso ou comprando tudo o que eles querem ou permitindo que façam tudo o que querem. Parece que “limite’ é uma palavra que sumiu do dicionário familiar.
O choro, arma poderosa das crianças, continua cada vez mais poderoso. E parece que hoje, elas conseguem gritar e chorar mais alto que antigamente. Prestem atenção quando estiverem em shoppings, caminhando no calçadão ou mesmo em baixo nos prédio. É sempre uma profusão de gritos e choros que, confesso, acho enlouquecedor.
Incomoda o fato de perceber que os adultos estão se deixando dominar pelas crianças. Crianças que são sua responsabilidade de educar, de formar, de ajudar a serem adultos humanizados, fraternos e solidários.
Mas o que vemos são adultos omissos e crianças fazendo o querem sem, contudo, ter ainda o discernimento necessário para conduzir sua vida.
Há alguns, passando um São João em Gravatá, assistimos a uma cena deprimente e revoltante, ao mesmo tempo. Um adolescente, de dezesseis ou dezessete anos tomou a chave do motorista e foi levar a namorada no condomínio onde estava hospedada. Enquanto entrava no condomínio, este adolescente, que dirigia uma Hi Lux resolveu dar uma cheiradinha em uma “loló’. Não sei se desmaiou, se ficou doidão, só sei que era para ter virado a esquerda e não virou e entrou com tudo no terraço da casa que ficava no final da rua, derrubando as pilastras e o telhado ficando apoiado na capota do carro. Por sorte, por pura sorte mesmo, ninguém se feriu. Naquele terraço dormiriam vários jovens. Se fosse um pouco mais tarde, poderia ser uma imensa tragédia. Corremos todos para prestar ajuda, mas, graças a Deus, nem o irresponsável à direção se machucou. No dia seguinte veio algum responsável assumir os prejuízos causados. E, comentou que o motorista tinha sido despedido, pois a culpa havia sido dele por ter deixado o rapaz pegar as chaves. E o rapaz que dirigia? Deve ter sido premiado com um carro poderoso ao fazer 18 anos. Ou antes, quem sabe?
Paremos um pouco e realmente tomemos a sério a pergunta que inicia este artigo: que filhos vamos deixar para o planeta? Serão pessoas conscientes de sua responsabilidade na preservação do meio ambiente? Serão cidadãos que não jogam lixo pela janela, que não poluem os rios ou ar? Ou que respeitam os outros seres humanos não jogando fumaça na cara de quem fuma ou ouvindo o som do carro ou do quarto em um volume que não incomode os outros?
Estamos preparando pessoas para viverem em comunidade? Nossos filhos estacionam o carro ocupando apenas uma vaga? Respeitam as filas? Desligam o celular quando estão no cinema?
Recebemos muitas críticas quando minhas filhas eram pequenas por causa do rigor com as quais as criamos. Mas hoje, vejo feliz o resultado das sementinhas que plantamos: elas respeitam o meio ambiente e os seres vivos que nele habitam, dos animais às pessoas.
Não nos arrependemos de nenhum não que demos ás nossas filhas. Ao contrário, cada um pode ter doido naquele momento, mas hoje, o comportamento delas só demonstra o quanto foi necessário. Amar os filhos é educá-los, prepara-los para viver o futuro com responsabilidade, dignidade e, sobretudo, como cidadãos conscientes de seu papel na história que está sendo escrita.
Não se iludam, não adianta fazer parte de ONGs ambientalistas, ser engajado em partidos políticos, movimento sociais ou religiosos, lutar com todas as forças por um mundo melhor para os nossos filhos se não criarmos filhos melhores para o nosso mundo. Se não despertamos a consciência para esse detalhe, toda, toda a nossa luta terá sido em vão.
Publicado no jornal Linha de Frente -edição junho /julho-2010.

domingo, 9 de maio de 2010

SER MÃE É ...

Diz o antigo dito popular que ser mãe é padecer no paraíso. Ser MÃE é muito mais que isso. É dar a vida a uma nova vida e cuidar para que aquele pequeno ser cresça saudável e feliz. Não é fácil, sabemos, porque não existe nenhum seguro que possa ser feito que garanta a uma aflita mãe que o seu bebê será um adulto feliz.
Ser mãe é amar incondicionalmente. É amar sem distinção quantos filhos tenha. Seja dois, sejam dez. É proteger incansavelmente, doar-se sem medida e acolher sempre e a cada momento. Ser mãe é passar noites acordada por causa da febre ou abraçar forte por causa do medo do bicho-papão.
Ser mãe é cuidar com carinho, perdoar com alegria e compreender as decisões que não tomaria. Ser mãe é mostrar o caminho e olhar de longe, torcendo para que sigam no rumo certo.
Ser mãe é enfim, ver os filhos crescerem e partirem em busca de sua própria vida. É torcer por eles e pedir ao Pai que os protejam. É chorar de saudade na ausência, contar os segundos que faltam para o reencontro e quase morrer de tanta alegria ao retornarem.
Ser mãe é fazer tudo isso com os filhos que carregou na barriga, com os filhos que acolheu em seu coração, com os sobrinhos, os afilhados, os irmãos. Porque têm tias, irmãs e madrinhas que são verdadeiras mães.
Não, ser mãe não é padecer no PARÁISO. É sim, ser feliz no paraíso.