Cansadas de viverem sozinhas, de vez em quando as letras resolvem se misturar na cabeça de algumas pessoas e, juntas, formam palavras, que formam textos que, dependendo do momento e da imaginação de cada um, tornam-se contos, ensaios, críticas ou até mesmo incríveis historinhas infantis.
Daí, surgem misturas fantásticas para saciar a nossa fome de beleza e nos levar a um mundo encantado que só a nossa imaginação, unida à imaginação de quem escreve pode desvendar.

domingo, 25 de novembro de 2012

MOBILIDADE URBANA? O QUE É ISSO?



Pois é, já ouvi falar muito em mobilidade urbana. É importante, é urgente, projetos estão sendo feitos, obras executadas... Mas,  sinceramente, pra mim, é algo inexistente.
Porque meus amigos quando em um dia de domingo a gente pega engarrafamento na av. Conselheiro Aguiar não dá para encarar mobilidade como outra coisa a não ser piada.
Isso sem contar o caos em que se transformaram as ruas da cidade do Recife. Não posso falar por toda a cidade pois não circulo por ela todos os dias. Mas, de Boa Viagem, posso falar sem medo de errar: se piorar mais um pouco trava de vez.

Moro em um local que, há vinte anos, poderia se passar por uma tranquila cidade do interior. As ruas não eram calçadas e, quando chovia, senhoras porcas vinham, com seus filhotinhos, brincar nas poças de lama que se formavam em frente ao prédio onde moro.  Algumas vezes não podíamos entrar logo com o carro porque a mamãe porca estava alimentando a prole bem em frente à nossa entrada.  Esperávamos, pacientemente, que a família se retirasse para que pudéssemos entrar.  

Naquele tempo não tínhamos nem portão no prédio. Não era preciso. Nunca havia entrado nenhum intruso. Nem mesmo as sem horas porcas que se limitavam à entrada. De manhã cedo e ao final da tarde ouvíamos o barulho dos chocalhos pendurados nos pescoços das vacas que iam ou voltavam do pasto. Eram de uma vacaria perto do prédio. Por não haver necessidade de portões,  certa feita uma vaca mas afoita entrou no jardim da casa da esquina e, não resistindo ao calor, resolveu dar um mergulho na piscina. Foi uma confusão daquelas. Até os bombeiros foram acionados para retirarem a vaca de lá. Aliás, ela deve ter ficado muito contrariada por ter sua natação interrompida. Esses eram os problemas daqueles tempos.

O progresso chegou e o prefeito resolveu   calçar a minha rua e as ruas ao redor.  Teria sido tudo muito bom se ele ou sua equipe de paisagismo não tivessem a “brilhante” ideia de transformar ruas largas em ruas estreitas, alargando calçadas e construindo jardins dos quais nunca fizeram a manutenção.  Não ficou legal nem naquela época e muito menos agora, quando os carros quadruplicaram em nossa cidade e estas ruas são o retrato da loucura: estreitas, com estacionamento dos dois lados e mão dupla.
Hoje,  muitas vezes não podemos entrar com o carro no prédio. Mas não é por causa de alguma mamãe porca não. É por causa de seres humanos que acham que podem tudo e que têm o direito de fechar, com seus carros, a entrada dos prédios dos outros.  Param seus carros, trancam e desaparecem.  Isso sem falar nas filas duplas, nas estacionadas em cima dos canteiros dos tais jardins.

As ruas e avenidas de Boa Viagem estão intransitáveis.  As pessoas estacionam onde querem, andam por onde querem e os outros que se virem. Não é raro, de manhã, no horário de grande movimento, encontrarmos caminhões, kombis e caminhonetes estacionadas em fila dupla, na Av. Boa Viagem, descarregando coco, gelo ou coisas do tipo.
Isso sem falar nos caminhões e betoneiras das inúmeras construções ou nos carros pipas que circulam ou estacionam pelas ruas estreitas e congestionadas  nos horário mais conturbados.

Ah, não posso esquecer da turma que não está nem aí para os cruzamentos e trancam os sinais porque não podem perder um segundo aguardando o trânsito andar para poder passar.
Como é minha gente que em uma cidade do tamanho de Recife a inauguração de um Shopping trava a cidade? Havia um engarrafamento que passava na rua atrás da Livraria Cultura e se arrastava pelo Cais de Santa Rita, Cais Estelita, Cabanga e chegava até o final da Ponte do Pina, de um lado e, de outro, parou a Agamenon Magalhães. Isso existe?

Este é o retrato de nossa realidade: ruas mal planejadas que precisam ser revistas com urgência, estacionamentos que deveriam ser proibidos, vias que deveriam ser mão única e motoristas que deveriam reaprender a dirigir e a ter bons modos.
Existe luz no fim do túnel? Pode até ter, mas se não for feita alguma coisa para reorganizar o trânsito no Recife, não tem túnel, ponte ou viadutos novos que dê jeito.


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

COMO APROVEITAR O FIM DO MUNDO





O final do ano já chegou e, segundo a previsão amplamente divulgada, o mundo vai acabar no dia 21 de dezembro.  Interessante é que, à medida que dezembro se aproxima não se tem ouvido mais falar com tanta intensidade desta previsão.

E, foi após eu e minha filha comentarmos sobre isso que resolvemos assistir à nova série da TV: Como aproveitar o do mundo. Não tínhamos lido nada a respeito da série, apenas ficamos curiosas e achamos que iríamos nos divertir um pouco.

Bem, realmente o conceito de diversão da minha família é bem diferente do conceito de quem escreveu e produziu a série. Será que por acreditar que o mundo vai mesmo acabar a televisão resolveu abrir mão do bom gosto de uma vez por todas?

Minha gente, o que pode ter de engraçado em ver uma atriz atuando de maneira afetada e vulgar, sofrendo as agruras de uma dor de barriga? Convém salientar que incluindo todos os sons inerentes a esta situação.  Que coisa horrível, de baixo nível  e sem a menor graça.
Eu me recuso a acreditar que alguém possa achar uma cena grotesca daquela engraçada. Bizarra, de mau gosto, baixo nível, atentado ao bom humor e ao riso. Tudo bem.  Mas qual a categoria de humor que aquilo se enquadra é uma incógnita.

É realmente para se lamentar o nível que o humor em nosso país está chegando. Tão baixo que daqui a pouco os programas vão ter que ser produzidos no subsolo.  

É isso meus amigos, em lugar de procurar melhorar o nível cultural de nossa população, preferem colocar no ar o que de pior poderiam produzir. 
Ao final do primeiro bloco do programa, desligamos a TV e fomos conversar. Bem, pelo menos teve este lado positivo.

De uma coisa fiquei certa, o mundo pode não acabar em 21 de dezembro. Mas o bom gosto, com certeza, está em falta na televisão brasileira.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

CIGARRO NA NOVELA? COMO ASSIM?



Já há algum tempo que não temos visto mais em novelas, por exemplo, as pessoas fumando, como era comum nas produções de antigamente, antes da campanha acirrada contra o fumo, que vemos em todo o mundo.
  O charme, o glamour que atores e atrizes transmitiam em suas interpretações foram sendo deixados de lado e, pouco a pouco, não apareciam mais fumantes nas novelas.
 
Foi com muita surpresa que observei que na novela “Guerra dos Sexos”, a personagem Manuela, interpretada por Guilhermina Guinle, acendendo um cigarro e fumando durante uma boa parte do tempo em que esteve em cena.
E, surgiu uma pergunta: por que a Globo voltou a colocar pessoas fumando em suas novelas? Bem, que as novelas da emissora são campeãs de merchandising, disso não tenho a menor dúvida. Basta observamos um pouco para percebermos que diálogos estão sendo escritos especificamente para promover xampus, hidratantes, maquiagens e sapatos, por exemplo. Mas, me recuso a acreditar que a indústria do tabaco esteja pagando para as personagens fumarem nas novelas.

Bem, independentemente dos motivos que levaram “Manuela” a fumar durante o capítulo da novela, é muita falta de responsabilidade e de bom senso da emissora permitir que isso aconteça em um horário de novelas assistido, inclusive por crianças. As novelas das sete (que durante o horário de verão passa às 8h) são caracterizadas por sua descontração, por sua proposta mais leve, com vilões mais divertidos do que maus de verdade. Vide Chayene (Cláudia Abreu) e suas loucas e divertidas “vilanices” na novela anterior, Cheias de Charme.
Fazer merchandising de xampu ou de colônia ou até mesmo de uma loja é uma coisa. Mas permitir que algo tão nocivo quanto o cigarro volte às telas das novelas é inadmissível.