Cansadas de viverem sozinhas, de vez em quando as letras resolvem se misturar na cabeça de algumas pessoas e, juntas, formam palavras, que formam textos que, dependendo do momento e da imaginação de cada um, tornam-se contos, ensaios, críticas ou até mesmo incríveis historinhas infantis.
Daí, surgem misturas fantásticas para saciar a nossa fome de beleza e nos levar a um mundo encantado que só a nossa imaginação, unida à imaginação de quem escreve pode desvendar.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

SERÁ QUE ERA VERDADE?


por Rejane Menezes 

Quando eu era pequena ouvia muito uma história sobre os perigos e a força da mentira. Contava a história que, em uma pequena cidade do interior, nada acontecia de novo, até a inauguração de um cinema. Foi uma alvoroço só. Todo mundo mandando fazer roupa nova para a grande inauguração. E, como era de se esperar, o cinema superlotou logo e muita gente ficou de fora. O barbeiro, devido ao grande número de fregueses naquele dia, quando chegou à porta do cinema, não lhe deixaram mais entrar. Homem muito conversador e contador de histórias e divulgador das novidades, não se conformou em ficar de fora de um tão grande acontecimento em sua cidade.

Matutou um pouco sobre o que faria quando, de repente, teve uma ideia. Chegou junto do constrangido porteiro que impediu a sua entrada e comentou: o amigo viu a baleia que colocaram no tanque da praça?

Ao que, abismado, respondeu o rapaz que não tinha visto. Talvez tivesse passado por lá muito cedo. Depois, animado, pediu detalhes. O barbeiro descreveu tão entusiasticamente a baleia da praça que chamou a atenção dos dois lanterninhas e da moça da bilheteria.

Logo o zum zum zum foi entrando pela sala de cinema e as pessoas que se amontoavam na sala de projeção foram ficando curiosas e saindo para perguntar o que estava acontecendo. Ao saberem da baleia da praça, iam correndo até lá para ver de perto a novidade. E a notícia foi se espalhando pela sala.

O barbeiro, atingido o seu intento, se esquivou, discretamente e foi procurar um lugar para se sentar e apreciar o filme.

Mas as pessoas não paravam de se levantar e ir para fora, não retornando mais aos seu lugares. Embevecido com a maravilha que era o filme, o barbeiro se envolveu de tal forma que, quando se deu conta, a tela ficou escura, as luzes acenderam e não havia mais ninguém na sala além dele.

Indignado levantou correndo e esbarrou no funcionário que operava o projetor de filmes e perguntou o que aconteceu. Por que o filme foi interrompido? Não vai voltar a exibir o filme?

O funcionário respondeu que não teria mais filme por aquele dia. A inauguração do cinema tinha sido suspensa pelo dono, por falta de expectadores. E apressado ainda gritou para um boquiaberto babeiro: estou indo ver a baleia e seus filhote, que estão no tanque da praça. Todos já foram. Você não vem?

O barbeiro coçou a cabeça, franziu a testa e ainda mais intrigado se perguntou: rapaz, será que havia mesmo uma baleia no tanque da praça e eu não vi? E com um filhote? E, sem pensar duas vezes, correu atrás da multidão para não deixar de ver a baleia.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

TEM QUE SER AGORA?


por Rejane Menezes

Esta semana estávamos conversando sobre a inovação do WhatsApp que, a partir da nova atualização, as pessoas vão saber se suas mensagens já foram ou não visualizadas. Claro que isso gerou uma polêmica generalizada sobre ser um absurdo, invasão de privacidade e outros senões.
E, quando disse que isso não me afeta, estava sendo sincera. Porque realmente não me incomoda o fato da pessoa ter lido e não ter respondido e, muito menos o contrário, a pessoa ver que li e não respondi. Porque, na verdade, apesar de ser altamente ligada às inovações da tecnologia, ser uma admiradora incondicional do progresso dos equipamentos e ferramentas que cada vez mais nos conectam ao mundo todo, não acho que o fato de ter lido uma mensagem que não encerre nenhuma urgência, me obrigue a parar tudo para respondê-la.

E daí se a pessoa viu que eu já li? Minha gente houve um tempo em que nem telefone existia e as pessoas sobreviveram à espera por respostas que demoravam meses.
Com o advento do telefone, a comunicação ficou mais fácil, é verdade. Mas antes de telefonemas interestaduais e internacionais, o telegrama era a forma mais rápida de comunicação. E todo mundo sobreviveu a isso.
Moramos em Natal, por três anos e, por opção de sossego, não tínhamos telefone em casa. Para emergências, a família tinha o número da vizinha.
Hoje, se ligamos para alguém e celular não atende, já ficamos aflitos ou com raiva. Se enviamos um WhatsApp e a pessoa não responde, é falta de consideração. Se marcamos uma pessoa no Face e ela não curte ou comenta é descaso. Se enviamos um e-mail e ficamos sem resposta, é desatenção. E, se algum amigo não prefere os aparelhos de celular comuns e não tem WhatsApp, é um alienado.
 

De repente é como se a comunicação virtual nos controlasse e ditasse as regras do bom comportamento. Quando estou dirigindo, não atendo o celular de jeito nenhum. Nem com fone de ouvido ou viva voz. Celular distrai e compromete a segurança. Já fui repreendida por chefes e colegas de trabalho. Não me importo. Privilegio a segurança. Ponto.
Minha gente não temos que obedecer a essas regras que levam a fazer loucuras, como digitar mensagem dirigindo, porque alguém quer uma resposta imediata. Já houve acidentes graves por isso.
O mundo não vai acabar se  desligarmos o celular por duas horas enquanto está no cinema.
Como já disse sou uma grande entusiasta da tecnologia e procuro aprender e adotar tudo que facilite a minha vida. Mas quero a tecnologia ao meu serviço, ao meu dispor e não o contrário, pois seria uma servidão sem nenhum propósito.
 

Portanto meus amigos, se enviarem uma mensagem por MSM, WhatsApp, Menseger, o que for e constatarem que li e não respondi, não comecem a imaginar os motivos. Quando eu não responder logo só existem duas respostas: ou estou ocupada e não posso responder naquele momento ou não respondi porque não quis. Em qualquer dos casos não há nada que você possa fazer a não ser esperar.
Vamos tomar um chazinho de camomila, um suquinho de maracujá e nos manter calmos. Para que a pressa?
Respondamos nossas mensagens quando pudermos, no momento mais adequado e deixemos de neura. A única e segura maneira de manter sua privacidade é ficar fora das redes. É como aquele velho ditado: “Ajoelhou, tem que rezar”. Ou ainda: “Caiu na rede, é peixe”.
Então, se gosta participar das redes, configure sua segurança e KEEP CALM. Porque privacidade... O que é mesmo?

 


quinta-feira, 6 de novembro de 2014

SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO?


por Rejane Menezes 

Pois é, essa história do juiz que se ofendeu quando descobriu que não era Deus, dirigindo com carteira vencida e carro sem emplacamento, me lembrou os nada saudosos anos de chumbo, quando “carteirar” era a coisa mais comum. A frase, esnobe e pretenciosa “sabe com quem está falando” era usada com frequência, para desviar o foco do da coisa errada que estava fazendo e, daí, intimidar quem pegou o flagra.

Como os militares estavam infiltrados em todos os lugares, sempre tinha um para tirar o filho, o irmão, o amigo, o vizinho, do sufoco. Daí, ou o próprio miliar usava sua carteira para se safar ou livrar alguém ou então o alguém recorria a tal frase para mostrar que ou era alguma autoridade ou era próximo de quem era.

A agente em questão estava cumprindo o seu dever ao autuar uma pessoa que descumpria a lei. E, estava respeitando o artigo 5º da Constituição Brasileira que diz que “todos são iguais perante a lei”. E, por cumprir o seu dever vai ter que pagar R$ 5.000,00 ao juiz que estava descumprindo a lei de trânsito. Mas, enfim, corporativismo é o que mais vemos neste País, em detrimento do que é certo.

Bem, voltando aos anos de chumbo, lembrei de uma história que aconteceu comigo e minha irmã. Nós estávamos voltando de um enterro. Eu, ainda um tanto abalada, cometi um atropelamento. Aliás, o primeiro e único atropelamento em toda a minha vida.
SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO?
 
Atropelei um balde. Isso mesmo: um balde. Como não sabia o que eu havia atropelado, parei imediatamente o carro e ia abrindo a porta para ver do que se tratava quando surgiu, ao meu lado, um soldado, balançando os braços e gritando, o que só depois consegui entender: “você destruiu uma propriedade do exército brasileiro”.  A princípio me assustei, achando que havia atropelado um companheiro dele. Só quando vi o balde, meio amassado, nas mãos deles, e ele apontando e gritando, foi que me dei conta de quem ou o quê eu havia atropelado.

Assustada com a fúria do rapaz, fechei a porta do carro e tentei ir embora. Afinal, com toda certeza, o alvo do meu atropelamento não ia precisar de socorro. E, imagino que o Detran não iria se deslocar para fazer a ocorrência, dada a identidade da vítima. Mas ele ficou grudado à janela, gritando que eu ia ter que pagar e outras coisas que já não me lembro.

Olhando ao redor, vendo esponja, sabão etc, entendi que o soldado estava lavando um carro. E, o tal do balde devia estar afastado do carro e, dada a sua pouca estatura, não me foi possível evitar o "pior".

 
Era um daqueles baldes de latão que se usava muito. Estava amassado, mas ainda servia. Quando vi que ela não ia largar a janela do carro e que não parava de gritar, eu respirei fundo, olhei bem nos olhos dele e “carteirei”. Pedi para ele fazer silêncio, bem abusada. Ele, surpreso, calou a boca. Então peguei um papel e uma caneta e solicitei o nome dele, a patente  e o local onde estava lotado. Ainda surpreso ele perguntou pra que. E eu falei, na maior tranquilidade, que era para fazer queixa ao coronel fulano de tal, de tal quartel, que, por acaso era o meu pai. Falei que meu pai gostaria muito de saber como eu havia sido tratada  por um provável subalterno dele.

E aí o feitiço virou contra o feiticeiro. Ele ficou pálido, começou a gaguejar, pediu desculpas, disse que não tinha sido nada, que o balde ainda servia, que eu podia ir embora, que estava tudo bem. Confesso que cheguei a ficar com um pouco de pena dele. Diante do pedido de desculpas, falei que ia deixar pra lá. Mas que ele tomasse cuidado. Da próxima vez meu pai iria saber. E não iria ficar feliz.

Liguei o carro e saí dali mais que depressa, antes que o nervosinho descobrisse que o tal coronel não existia. Ainda bem que naquela época não tinha celular.

Outro abuso de poder, frequente, na verdade, semanal, acontecia em uma rua na lateral de um quartel da polícia. Toda sexta-feira, a partir das sete da manhã, havia uma formação de oficiais na  frente de um edifício, no final da rua. Tinha também uma banda, que tocava por lá, não lembro se fazia parte da formação ou se era ensaio. E isso durava pelo menos uma hora. Bem, se fosse apenas o incômodolho do baru, já seria um absurdo. Mas, o problema maior é que a rua é sem saída e a formação dos oficiais ficava na frente da entrada e saída da garagem. Ou seja, era como a música de Luiz Gonzaga: ”Quem está fora não entra, quem está dentro não sai”.

Então, os moradores do prédio tinham que se organizar para sair de casa antes das sete, se quisessem chegar no horário em seus compromissos.  Isso durou muito e muito tempo. Qualquer compromisso que envolvesse sair ou entrar no prédio de carro, às sextas-feiras, tinha que ser antes das sete e depois das oito.
 
E ai de quem fosse fazer alguma reclamação sobre o assunto. Era capaz de sair de lá fichado. Ou, então, ser preso por desacato. Vá saber.

Para quem não lembra ou não viveu no famigerado tempo da ditadura, é bom saber que, o abuso de poder, a tal da “carteirada” era o seu lado mais ameno, porém, não menos invasivo e absurdo.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

CUIDADO COM AS SUAS TROCAS

por Rejane Menezes


Uma família da cidade, costumava passar as férias de inverno em sua luxuosa casa de campo, com dois pavimentos, piscina, quartos de hóspede, salão de jogos, sauna, salão de exercícios e uma infinidade de  acessórios e conveniências,  que tornavam as férias inesquecíveis.
É claro que havia um número exagerado de empregados, mal remunerados, que faziam de tudo para que a família e seus hóspedes tivessem sempre tudo à mão, sem precisar sair do lugar.
Mas foi aí que aconteceu o inesperado: um pequeno ratinho, uma catita, como chamamos por aqui, se mudou para dentro da casa, apesar de todas as telas, de toda limpeza, de todo o cuidado dos funcionários.
E o pequeno animalzinho foi se alojar em um cantinho da sala e, aqui e ali, um membro da família tinha um ataque histérico, quando via a aquela minúscula catitinha correndo pelos cantos da casa.
Houve perturbação geral na ordem perfeita da casa. Empregados foram demitidos, outros contratados, dedetizações foram feitas, ate para ratoeiras apelaram e nada. Colocaram um gato dentro de casa e nada. O bichano só queria tomar leite e dormir. Enquanto isso a catita se esgueirava aqui, se escondia ali e continuava a passear livremente pela casa.
E a família ia ficando cada vez mais irritada e com medo da catita. O pobre animalzinho não fazia nada de mal. Até comia uns bichinhos nojentos que sempre aparecem nessas casas de campo.
Mas a família não estava nem aí. Sua obsessão era exterminar a catita a todo custo. Não importa se os bichinhos nojentos sumiram depois que ela apareceu. A sua simples visão era nojenta e irritante. E, com certeza, devia estar roubando comida da cozinha. Mas ninguém nunca comprovou isso.
Enfim, passado um tempo e a catita sempre resistindo e, já perdendo o controle à simples menção da existência do pequeno animal, resolvera que aceitariam qualquer medida que aparecesse, desde que desse sumiço na criatura.
Foi aí que, em um momento de suprema loucura, foi sugerido que colocassem uma cobra dentro de casa. Cobras comem rato, então, o destino da catita estaria traçado.
Alguns amigos e os empregados diziam que isso era loucura. Que não fazia sentido por em risco a família, só por causa de uma pequena catita. Mas, ensandecida e movida por uma raiva sem tamanho pelo resistente bichinho, não mudaram de opinião. Diziam querer qualquer coisa, contanto que a catita fosse exterminada.
E assim foi feito. Capturaram a primeira cobra que apareceu no meio das árvores e a soltaram dentro de casa. Qualquer coisa é melhor que essa catita irritante e irreverente.
Dito e feito. A cobra cumpriu seu papel na primeira noite. Comeu a pobre catita de uma vez só e, de barriga cheia, foi procurar um local para descansar e... sumiu.
E, ninguém conseguia mais achar a cobra. Os empregados logo foram pedindo demissão e indo embora, porque se recusavam a trabalhar em um local onde havia uma cobra escondida.
Chamaram bombeiro, caçadores, gente acostumada no mato e ninguém conseguiu achar a danada da cobra.
A família resolveu antecipar o fim das férias, trancou a casa e voltou pra cidade na maior pressa, pois, depois de muitas confabulações, os especialistas chegaram à conclusão que a tal da cobra era do tipo bem venenosa.
Bem, se conseguiram achar a cobra eu não sei. Mas que até hoje se arrependem da decisão de terem colocado ela lá, ah isso se arrependem. E as férias na fabulosa casa de campo? Ah, essas, nunca mais foram as mesmas.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

DIALÉTICA DA DECEPÇÃO


Por Rossana Menezes

Junto com toda a agressividade e todas as mentiras propagadas nessas eleições, especialmente nesse segundo turno, uma coisa tem me intrigado bastante que é esse discurso de alguns eleitores de Aécionever (que se dizem ex-eleitores do PT) vem repetindo como papagaios: esse de que o" PT me decepcionou, o PT está envolvido com corrupção até a tampa", "Já fui militante, já levantei bandeira, mas o PT me decepcionou", porque ele vem sempre vazio,  sem argumentos.
 
Eu gostaria de saber se essas pessoas REALMENTE acharam em algum momento que o governo do PT seria livre de corrupção? Um partido que tem 1.549.180 filiados! É Sério isso, produção? Por que eu não acredito que alguém, adulto, inteligente, estudado, viajado, informado, realmente tivesse essa ingenuidade de achar que o PT ia chegar no governo e a corrupção ia sumir do Brasil. Corrupção tem em todos os partidos, em todos os países do mundo. No Canadá tem político corrupto... na Alemanha tem corrupção... onde houver seres humanos haverá corrupção. Agora sabe qual é a diferença entre a Alemanha e o Brasil? É o combate, a punição das pessoas envolvidas. Agora vamos lá, por que eu vejo muita gente com esse discurso e gostaria de entender. E eu estou aqui partindo do princípio que você NÃO acreditava que não existia corrupção no PT por que isso destoa de qualquer raciocínio lógico. Então me diz, por que foi que o PT te decepcionou tanto? 

 
Terá sido as 1.273 operações da PF e do MPU, com mais de 15 MIL presos no COMBATE à corrupção, incluindo políticos do próprio PT (contra apenas 48 investigações durante o governo do PSBD)? O PT deu autonomia à procuradoria-geral - e Janot vem fazendo um trabalho exemplar. TRIPLICOU o orçamento da PF, de 1,5 bilhão para 4,7 bilhões.

Terá sido a criação do o Portal da Transparência (http://www.portaltransparencia.gov.br/) e a aprovação da Lei de Acesso à Informação que antes era mantida embaixo dos panos no governo do PSDB? Aqui vale lembrar também que não houve desvio de dinheiro público no famoso mensalão do PT que tanta gente abre o bocão para falar. Foi compra de voto (o que é um absurdo) com dinheiro privado. Diferentemente do PSDB que está envolvido em 9 dos dez maiores escândalos de corrupção do país, envolvendo dinheiro público.

Terá sido o fato do PIB ter crescido de R$1.477 Bilhões em 2002 para R$4.837 em 2013 (Fonte IPEA)?

Foi o Brasil ter saído da 13a economia mundial pra 7a?

Terá sido o fato das falências requeridas por empresas terem caído de 19.891 em 2002 para 1.758 em 2013 ? Fonte IPEA

Terá sido o fato de a inflação ter caído de 12,53% ao ano em 2002 para 5,91% em 2013? Fonte IPEA

Talvez tenha sido o fato do salário mínimo ter subido de R$364,84 no governo do PSDB para R$724,00 em 2014...

Te decepcionou o fato da taxa de pobreza ter diminuído de 34% no governo do PSDB pra 15%? Ou foi o fato de o Brasil estar PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA fora do mapa da fome da ONU?????? Os 36 MILHOES de brasileiros que saíram da linha da pobreza? É por causa do bolsa-família? Um programa utilizado em vários países do mundo, inclusive nos EUA e reconhecido e premiado pela ONU?

O IDH subiu, as reservas cambiais subiram, a gente não deve mais dinheiro ao FMI, a gente não se curva mais aos EUA, o Brasil passou por uma crise mundial sem entrar em recessão. 

Pergunto ainda se o que te decepcionou foi o fato de que o Brasil tem a uma taxa de desemprego menor do que a do Canada e ter saído de 12,5% em 2002 pra 4.9% em 2014? 

Terá sido a criação do ciências sem fronteiras? Ou do Pronatec que deu oportunidade a 8 milhões de jovens de estudar? Ou a criação de 563 escolas técnicas (contra apenas 11 criadas no governo do PSDB)? Ou ainda as 18 Universidades Federais (contra ZERO criadas no governo do PSDB) totalizando um investimento de 91 BILHOES de reais em educação (contra 19 durante o governo Tucano)?? Foram as cotas? Que deram oportunidades a pessoas pobres de fazerem um curso universitário e melhorarem de vida?

Foi a valorização da Petrobras, dos bancos públicos? Foi o aumento das exportações de 60 pra 242 BILHÕES de reais???

Me explica, por que eu realmente não entendo. Eu entendo que tá longe de estar perfeito, eu entendo que você ache que podia estar melhor e que mais poderia ter sido feito. Eu entendo e concordo, apesar de saber como as máquinas dos governos funcionam, pois já acompanhei de perto, e sei que é muito mais difícil do que o nosso coração sonhador consiga imaginar. Mas certamente poderia estar melhor, disso eu não tenho dúvida.
 
Agora outra coisa que eu não tenho a menor dúvida é que votar em Aécio e trazer o PSDB com sua política neoliberal não vai melhorar em nada. Pelo contrário, só vai levar o nosso amado Brasil pro buraco que ele estava quando o PSDB estava no poder. O que não faltam são DADOS implicando Aécio em desvio de dinheiro no governo de Minas Gerais. Educação sucateada (e aqui eu te lembro que a Educação básica e ensino médio são responsabilidade dos governos municipais e estaduais, não do governo federal, como prevê a nossa constituição). São Paulo se acabando numa seca que todo mundo sabia que viria, e que até a ONU em seu relatório oficial já afirmou que foi culpa do governo do estado, que é do PSDB. Então por favor não me diga que votar em Aécio vai trazer algum bem para o nosso país.
 
O SAMU de Minas Gerais está sucateado (e aqui eu lembro também que de acordo com o artigo 198 da nossa constituição, Saúde é de responsabilidade partilhada entre os governos federais, estaduais e municipais. E o governo Dilma já investiu 20 Bilhões de reais em saúde só em 2014). E votar branco/nulo nada mais é do que uma atitude covarde. Lavando as mãos, assim como Pilatos, se eximindo da responsabilidade de cobrar um país mais justo. E o Brasil, por mais que você não queira enxergar, por mais que você teime em repetir sempre o mesmo blábláblá que eu já ouvi tantas vezes, é hoje um país mais justo, menos desigual. E eu voto em Dilma pra que todo esse trabalho que foi feito em 12 anos, todo esse esforço de juntar os caquinhos que o PSDB deixou não seja jogado no lixo. 

RAÍZES DE UMA ESCOLHA

por Rejane Menezes
    
     Quando eu tinha nove anos, o Brasil sofreu uma grande mudança. Na época eu não tinha noção do que estava acontecendo, mas lembro de cada detalhe daquele dia e foi angustiante. O medo tomava conta de todos e, depois de correr com minha mãe até o SAPS, um mercadinho próximo lá de casa e comprar mantimentos, nos trancamos em casa.
     Durante cinco anos, acompanhei, de longe, as manifestações de rua, pois, ao ir ou voltar do colégio, tinha que atravessar a Conde da Boa Vista. Lembro que algumas vezes saia do colégio correndo porque as ruas estavam tomadas pelos “baderneiros”.  E o interessante é que eu não tinha medo dos manifestantes. Tinha pavor era da polícia, montada em cavalos enorme que colocavam por cima do povo.
     Aos 14 anos, acompanhando meus pais em reuniões de um grupo que se reunia para refletir o Evangelho da semana, descobri que a arquidiocese de Olinda e Recife tinha um arcebispo fantástico, chamado Dom Helder Camara. As pessoas ne reunião falavam dele com tanto carinho, tanta ternura, que fui me apaixonando também por ele e pelo que defendia.
     Um tempo depois, uma das integrante do grupo me convidou para uma reunião de um grupo de jovens, que iria acontecer na casa dela. Fomos eu e minha irmã. Fomos apresentadas ao SOS, a vários jovens entusiasmados para transformar o mundo e àquele que se tornou meu guru, espiritual e politico, o saudoso Pe. Ivan Teófilo. Um cearense de sorriso enorme e coração cheio de amor e esperança.
     Com o SOS aprendi o que é justiça social e encontrei o meu lugar no mundo que, com certeza, não era ao lado dos que governavam o país.
     Eram tempos difíceis. A gente falava baixinho, pelos cantos, com medo de ser delatado, ser preso e até desaparecer.
     Desde então, e já se vai um longo tempo, fiz minha opção política pela esquerda, porque, naqueles tempos de Dom Helder, aprendi que a partilha era a coisa mais importante para o cristianismo. Partilha do tempo, do carinho, do amor, do abraço e do pão.
  Votei pela primeira vez para governador em 1982, para prefeito em 1985 e para presidente, em 1989, ano em que comecei a votar no PT e o escolhi para ser o meu partido.
   Política para mim é coisa séria. Voto é direito e não obrigação. Adoro o dia da eleição, adoro votar, me emociono ao confirmar o voto em um candidato que eu acredite.
     Voto em projetos e não contra pessoas. Voto no projeto que mais chegue perto do que defendo, do que acredito.
     Existe algum projeto perfeito? Não. Em todo projeto há falhas, deslizes, desvios de caminho. Porque o ser humano é instável, alguns são venais e em outros, a ambição, a ganância, falam mais alto.
     Desde os tempos da ditadura que não via tanto ódio em uma eleição. Mas isso é porque, exatamente, algumas pessoas não estão votando a favor de um candidato. Estão votando contra a candidata do PT. É tanto ódio, tanto rancor, que vai envenenando o sangue, causando mau humor e mais e mais raiva.
     Nesta eleição, como venho fazendo sempre, voto em um projeto que realmente está dando certo, que está distribuindo renda neste país. Voto no projeto que, implantado há doze anos, está permitindo a realização de sonhos, que, anteriormente, só se realizavam entre as pessoas de renda mais alta.
     Não voto para ter favorecimentos pessoais. Talvez por isso nunca tenha conseguido ficar rica e continue fazendo parte da classe média média.
     Voto para que o pedreiro possa comprar a sua própria casa e não continue apenas a construir casas para os outros. Para que o estudante pobre tenha acesso às universidades federais e possa estudar no exterior através do Ciência sem Fronteiras.
     Voto para que a faxineira do hospital possa ver sua filha se formar em medicina. Para que a empregada doméstica tenha seus direitos respeitados, com horário de trabalho como todo mundo.
     Voto para que pessoas de sandália japonesa possam frequentar os shoppings da vida e comprar televisão, geladeira, micro-ondas e computador. Para que os nordestinos que migraram para São Paulo fugindo da seca, possam pegar o avião e voltar para visitar a família e para que as famílias que migraram para o sul e sudeste, possam voltar para sua terra natal, onde agora tem emprego.
      Voto para eleger aqueles que podem transformar o País, diminuindo o fosso social e melhorando a qualidade de vida daqueles que sempre foram esquecidos.
    O meu voto não é meu. O meu voto é do outro. O meu voto é para todos.
     Tenho orgulho de meu voto e da minha família. No próximo domingo todos votaremos 13, porque queremos DILMA DE NOVO.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

AS APARÊNCIAS ENGANAM?

O velho e bom ditado afirma que “aparências enganam”. Diz isso também, a música de Tunai e Sérgio  Natureza  , gravada em 1979, por Elis Regina:

“As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na fogueira das paixões
Os corações pegam fogo e depois não há nada que os apague
se a combustão os persegue, as labaredas e as brasas são
O alimento, o veneno e o pão, o vinho seco, a recordação
Dos tempos idos de comunhão, sonhos vividos de conviver”

Provavelmente a letra da música se refere a casos amorosos, a romances que se acabaram. Mas, bem que poderíamos ter, sobre a letra, um outro olhar, mais abrangente, digamos assim.

Vamos colocar a letra sob o olhar político, por exemplo. A política é apaixonante, envolvente e, em meio ao fogo do entusiasmo que essa paixão provoca, se promete e se acredita em promessas, com tal força que, em alguns casos, beira o fanatismo, vivendo-se a política como se fosse uma religião. As reuniões são como cultos, os chefes políticos viram deuses, seus assessores mais próximos se transformam em sacerdotes.

E, aí, como seguidores de uma religião ou seita religiosa, não se questiona o que é dito, o que é criticado, o que é apresentado como fato. A convicção política se torna, praticamente, uma questão de fé.

E, a adesão à nova “religião” se dá de maneira muito parecida com a troca de denominação religiosa: insatisfação com o partido em que se encontra, seja por se descobrir não comungando mais com a ideologia que abraçava até então, seja por não ter favores pessoais atendidos, seja por sentir ameaçada a sua zona de conforto, seja por antipatias pessoais. Enfim, são muitos os motivos que levam uma pessoa a mudar sua opção política. Algumas pessoas, inclusive, são levadas pelo entusiasmo dos colegas de trabalho, dos amigos, da família e abraçam uma causa sem nem saber exatamente por que. Tipo: “se as pessoas que convivo são contra, então também devo ser”. E por aí vai.

Somos um povo muito levado pela emoção e isso, muitas vezes, pode prejudicar as nossas escolhas. O ideal é fazermos opções tendo um equilíbrio, tendo a oportunidade de fazer uma escolha refletida, pensada, e não levada apenas pela emoção.

Na política, a emoção deve vir depois de nossa escolha e não ser a causa dela. O que aconteceu em Pernambuco, nessa eleição do dia 05 de outubro foi um caso concreto de voto regido pela emoção ou, melhor dizendo, pela comoção. Não tenho a menor dúvida que a morte repentina e trágica de Eduardo Campos foi o que levou a um resultado tão inesperado.

A morte de Eduardo Campos foi uma grande perda para o Estado. Eu podia até não concordar com o rumo que ele tomou a partir de 2012. Mas era um político com um grande futuro pela frente. Que tipo de linha seguiria, que tipo de política faria, nunca saberemos. Sabemos o tipo de política que os seus partidários fizeram, usando e abusando de sua imagem para comover a população e eleger os correligionários e aliançados, fazendo campanha dentro do espaço do velório e no enterro.

Foi um resultado exagerado, fora da realidade, bem acima do eleitorado normal do partido.

A morte de Eduardo, comprovadamente, alavancou a eleição de muita gente.  Alavancou Marina, por exemplo, mas que, por sua inconsistência política, não conseguiu se manter e chegar ao segundo turno. Isso não quer dizer que os outros que foram eleitos sob a sombra de Eduardo, sejam ou não competentes. É verdade que os candidatos ao legislativo estadual e federal não estavam expostos à mídia como os candidatos a cargos executivo e ao senado, por exemplo. Mas, boa parte contava com o apoio, inclusive, da família do ex-governador, lembrando sempre que elegê-los era a vontade dele.

A comoção vai passar. Mas, o resultado da eleição vai durar pelos próximos quatro anos.

Resta-nos então aguardar e esperar pelo desempenho dos que foram eleitos para administrar ou representar o estado de Pernambuco.

Quem conduziu, com seu voto, os deputados, senador e governador de Pernambuco aos cargos que irão ocupar a partir de 1º de janeiro de 2015, espero que mantenham um olhar crítico sobre as promessas de campanha e cobrem as mudanças e melhorias prometidas.

E, tomara que a oposição faça o seu papel de maneira consciente, coerente e responsável, fiscalizando, cobrando e, quando necessário, dando a sua colaboração para o desenvolvimento de nosso Estado.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A LÂMPADA QUEIMOU! E AGORA?


Por Rejane Menezes
 
Quem disse que serviços de manutenção de casa é coisa só de homem?
Sempre que alguma lâmpada queima, uma tomada entra em curto ou um novo equipamento é comprado e precisa ser instalado, logo se pensa que é coisa para homem fazer.
E, ao contrário disso, se é serviço de cozinha, roupa, arrumação de casa, é coisa de mulher.
Crescemos ouvindo essas coisas, parâmetros de uma cultura machista, que hoje está em fase de extinção. Pelo menos, é o que se espera.
Hoje, os homens estão na cozinha, fazem serviços de limpeza e lavam roupa, sem afetar a sua masculinidade. Mas, e as mulheres, estão aderindo aos pequenos serviços de manutenção da casa?
Bem, machismo nunca foi o meu forte. E, aqui em casa, desde o começo do casamento, não havia preconceitos com a divisão de tarefas. Tanto que, confesso que quem sempre cozinhou melhor aqui em casa nunca foi eu.
Mas, para compensar isso sempre fui boa em cuidar das tais pequenas manutenções caseiras como trocar lâmpadas, consertar tomadas, fazer extensões elétricas e de telefone e, até hoje, tem uma extensão, muito bem feita, aliás, que leva a imagem do vídeo cassete da sala para os quartos. É eu ainda tenho vídeo cassete sim. Tenho fitas de vídeo caseiro que ainda não viraram DVD. Espero que ele ainda funcione. Nunca mais testei.
 
 
Talvez eu tenha uma característica que não é lá muito comum em mulheres: curiosidade para consertos. Caseiros, vale salientar. Quando se trata de carro, por exemplo, estou totalmente fora.
E, falando em vídeo cassete, quem não se lembra da chatice que era a tal sujeira na cabeça? Bastava colocar uma fita de locadora muito assistida, por exemplo, que era certo o cabeça sujar e lá se ia embora a imagem. Tinha que levar na assistência técnica e, às vezes, demoravam dias para ser liberado.
Uma vez levamos o vídeo para limpar a cabeça. Como ainda estava na garantia, o técnico não quis nem se dar ao trabalho de dar entrada no aparelho. E, ali mesmo, na recepção, limpou a cabeça do vídeo, bem na minha frente. Foi a última vez que levei vídeo para fazer limpeza. A partir daquele dia não apenas limpava a cabeça do vídeo aqui de casa, como também dos amigos e familiares.
Ah! E ainda neste assunto, aprendi também a consertar fitas de vídeo, quando enrolavam no vídeo o quando quebravam. Virei praticamente técnica no assunto. Muitos amigos lembram-se das fitas que me mandaram para consertar.

 
Ontem, o único aparelho telefônico aqui de casa, um sem fio, deu problema. Não funcionavam alguns números. Levei para consertar. A pessoa encarregada não estava e, outra que estava lá, mas não fazia esse tipo de conserto, disse que era limpeza e que quando o outro voltasse faria na hora. À noite, um amigo disse a mesma coisa. Não tive dúvidas: abri o telefone, limpei com um pincel e ele está funcionando de novo.
Está certo, há algum tempo já quase provoquei uma inundação na casa quando, em um domingo, resolvi consertar a descarga do banheiro. Dessa vez não deu certo. Mas, não se pode acertar todas não é mesmo? Garanto que os acertos tem sido em maior número que as enrascadas.
Outra coisa que vi fazer uma vez e passei a fazer eu mesma: limpar trocar ou acrescentar memória de PC. Isso sei fazer direitinho. Já instalei vários Hds novos também. Se bem que, certa feita, queimei a placa mãe do PC ao ligar um fio no local errado. Erros acontecem... Nessa área, só mexo no meu mesmo. Não arrisco o de ninguém.
Em compensação, já peguei componentes de dois computadores e fiz um só, melhor do que os dois eram antes. Funciona até hoje. Juntei um PC de uns cinco anos de uso com um mais novinho que tinha um estranho problema de desligar sozinho que ninguém resolveu.Tudo indo atrás da curiosidade e da vontade de acertar.
Não acredito que existam tarefas exclusivas de um ou de outro gênero. O que existe é o interesse que cada um tem por esse ou aquele assunto. E isso não tem nada a ver com a área de interesse profissional. Eu, por exemplo, sou jornalista, portanto, minha área profissional é a de Humanas. Mas, isso nunca me impediu de ser curiosa em algumas outras áreas, digamos, pelo aspecto do laser, do passatempo, o que seja.
Essa curiosidade e a ousadia de tentar fazer, garanto, só tem trazido benefícios. Por isso, da próxima vez que a lâmpada queimar, não precisa esperar por ninguém pra trocar. Pega a escada, uma lâmpada nova e mãos à obra.