Sim, muito mais
do que uma obrigação, votar é um direito. O direito de escolher seus
representantes e de esperar que eles façam o melhor pelo povo do país.
No próximo
domingo estaremos elegendo a pessoa que irá ocupar o cargo mais importante do
País: presidente da república. Um cargo, na verdade, que não é importante
apenas para o próprio Brasil, mas para o continente latino-americano e até
mesmo para o restante do mundo.
Infelizmente, no
Brasil, o voto é um direito corrompido, trocado por saco de cimento, dentadura,
emprego e até mesmo dinheiro em espécie. Tudo isso porque é visto, por alguns,
como um instrumento de troca de favores em benefício próprio e não como uma
forma de mudar as coisas para que a pessoa nunca mais precise trocar seu voto
por um colchão.
Uns votam porque
um parente é candidato ou um parente de um amigo. Outros votam porque o patrão
obriga. Outros porque acreditam nas promessas que nunca serão cumpridas.
Nessa eleição de
2018 outros motivos ainda menos consistentes foram acrescentados aos já existentes:
o voto contra o PT e as esquerdas.
A mídia e
algumas classes profissionais desencadearam um ódio ao PT que as pessoas sentem
com ardor, mas não conseguem explicar.
Quando
perguntamos “por que você odeia Lula e o PT?” a resposta era sempre: “Lula é
ladrão, o PT é ladrão, são corruptos, quebraram o Brasil....” E daí a gente
pergunta: “mas a maioria do Congresso Nacional é formada por parlamentares que
ou estão sendo indiciados ou acusados de crimes de corrupção e, mesmo assim vão
se candidatar e se reeleger”. Então um novo “argumento” voltou à cena, que Lula vai tornar o Brasil
comunista e transformar em uma Venezuela”.
Lembro que em
1989 usavam esse argumento de que Lula iria trazer o comunismo par ao Brasil. Um
amigo, que votou em Collor, me disse perto das eleições: temos que ter cuidado.
Se Lula for eleito ele vai tomar os bens da gente. Quem tiver duas casas, ele
toma uma, quem tiver dois carros ele toma dois. Quem for contra ele vai ser
preso...” E eu rindo, respondi: ah, se for acontecer isso eu não preciso me
preocupar. Nem tenho dois carros nem duas casas. E como vou votar nela, não vou
ser presa”. E saí rindo do argumento tão
infantil que não me deu vontade de rebater.
Treze anos
depois, em 2002, Lula foi eleito presidente e, vejam só, não trouxe o comunismo
para o Brasil. Foi o presidente com o maior índice de aprovação da história do
país. Os ricos ficaram mais ricos e vejam só que inusitado: os pobres não
ficaram mais pobres. Ao contrário, quase quarenta milhões de brasileiros saíram
da linha de pobreza, o Brasil saiu do mapa da fome, aumentou em todo o país o número
de instituições de ensino técnico e superior, os menos favorecidos tiveram
acesso às faculdades privadas através do Fies e Prouni, aumentou o número de
empregos formais, foi criado o MEI para que os trabalhadores informais ficassem
na legalidade, aumentando a arrecadação de impostos e permitindo que esses
profissionais possam garantir a sua aposentadoria.
Durante os governos
do PT aumentou o acesso aos bens de consumo e pessoas que antes nunca haviam
nem sonhado com essa possibilidade puderam comprar computador, moto, carro, viajar
de avião e frequentar os magníficos templos de consumo, os shoppings centers.
Uma outra
camada, mais carente, teve acesso a um bem ainda mais precioso: alimentação três
vezes ao dia.
O PT não criou
apenas melhorias para a população do País, aproveitou as boas coisas já
existentes e implementou. Como no caso da área de saúde, contemplada com a ampliação
do SAMU, criado em Campinas em junho de 1995, pelo médico José Roberto
Hansen e das UPAS, cuja primeira unidade foi inaugurada em
2002 no bairro Alto de São Manoel, situado no município potiguar de Mossoró.
O Mercosul se
tornou mais forte e foi criado o BRICS, em 2006, composto pelo Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul, para dar voz a esses países no meio econômico.
As domésticas
tiveram aprovada a PEC que lhes assegurou o direito ao FGTs e a um horário de trabalho de 44 horas
semanais.
Lula deixou o
governo do Brasil em 31 de dezembro de 2010 com 85% de aprovação.
Foram tantos os
benefícios para a população, foi tanto o dinheiro que as instituições financeiras
e empresas ganharam que fica realmente difícil entender o que está acontecendo.
|E a pergunta que não quer calar é: o que aconteceu para que as pessoas
mudassem de ideia e hoje demonizem Lula e o PT?
Não sou analista
política ou econômica. Por isso não vou entrar no cerne da questão. Vou falar o
que acho que aconteceu: uma pequena parte da população, rica e poderosa, não
ficou satisfeita em estar afastada do centro do poder político, de não ter
aprovadas no Congresso e pela presidência da República, todas as suas
reivindicações, como, por exemplo, aumentos de salário absurdos ou de não ter
suas dívidas com o governo perdoadas, achou que era hora de tomar o poder de
volta, fosse a que custo fosse.
E, a partir daí,
teve o impeachment ilegal de uma presidenta eleita pela maioria da população , a
prisão do maior líder político do País sem nenhuma prova, apenas pela convicção
de que ele não poderia se candidatar de novo porque venceria do primeiro turno
e a demonização do PT, o único partido de esquerda que conseguiu chegar à
presidência da República e que realmente governo para o povo e não para a elite
econômica.
Então a minha
conclusão é a seguinte: O maior crime do PT foi ter governado para brancos,
negros, índios e pardos, héteros e homossexuais, mulheres e homens, ricos e
pobres. Lula não esperou o bolo crescer para depois fatiar, porque isso sempre
foi história para boi dormir. Os governos do PT fatiaram o bolo enquanto ele
crescia. E fatiaram com todos e todas.
O que aconteceu
com a memória dessas pessoas que faziam parte dos 85% que aprovavam Lula ao fim
de seu segundo mandato?
O que levou as
pessoas a odiarem tanto Lula e o PT a ponto de votarem em um candidato que
representa todo o atraso possível para o País?
Por que minha gente vocês querem que o Brasil ande de ré?
Lembrem-se para
vive em paz, é preciso que, primeiro, a justiça social aconteça. Quanto mais
aumentarem as perdas de direito, as perseguições e o estímulo ao uso de armas e
tortura, maior será a violência no país.
O Brasil corre o
risco de se transformar em um caldeirão efervescente de ódio, crueldade e violência.
Quando isso acontecer, os ricos contratarão mais guarda-costas e blindarão
ainda mais seus carros.
E quem não tem
dinheiro para reforçar a segurança vai ficar a mercê dessa violência crescente,
sujeito a levar uma bala perdida por aí e ser mais um número nos dados dos
efeitos colaterais inevitáveis dos tempos sombrios que estão por vir.
Ou você pode
impedir que isso aconteça. Por isso não vote por ódio, vote por amor à sua
família, aos seus amigos e a você. Domingo vote sem ódio e sem medo de ser
feliz
Parabéns pelo texto Rejane. Você soube espelhar a preocupação de quem realmente se importa com esse país tão sofrido que chegou próximo da igualdade social quando teve Lula como presidente. Agora estamos caminhando para um retrocesso histórico e apoiado por uma maioria que foi gestada na politica do ódio, impulsionada por uma mídia destrutiva e interesseira. Nao havera espaço para arrependimento, não haverá espaço para democracia .
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