Como já falei inúmeras vezes,
votar para mim é, antes de tudo, um direito. O direito de escolher quem que
quero que me represente no Parlamento e quem governo no Executivo.
Votar é a uma forma de dizer quem
sou, a que vim, em que acredito e o que espero para o futuro.
Mas não digo que o voto é meu,
porque acho que voto é um coletivo, que transforma não apenas a minha, mas a
vida de todos e todas. Por isso ele tem que ser consciente, maduro, altruísta.
Voto tem que ser pelo bem comum, pelo melhor para a comunidade, para a
população, para o país.
Votar pra mim tem um ritual onde
a roupa que vou usar é escolhida com cuidado, de acordo com o momento da
votação. Mas tem que ter vermelho.
Vermelho é a minha cor preferida praticamente desde que nasci. Desde criança a
família inteira e os amigos sabiam que tudo meu tinha que ser vermelho.
Vermelho pra mim é a cor da vida.
Cresci e , coincidentemente,
vermelho é a cor de meu partido. Então votar, tem que ser de vermelho.
A eleição de hoje é, mais do que
qualquer outra, histórica. Assim como a de 2002 o foi. Hoje estará definido o futuro de todo o um
povo, um povo que luta, que ama, que sofre e tudo que precisa e merece, é ser
feliz.
Camiseta vermelha pra mim não é
problema. Tenho várias. Lisas, estrelas, com palavras, rostos, enfim, para
todas as ocasiões. Mas hoje escolhi uma diferente, porque hoje a eleição é
muito simbólica.
Escolhi uma camiseta vermelha,
com a silhueta dos meninos de Liverpool, da capa do disco HELP. Isso mesmo,
help, socorro, que é o que o Brasil pede hoje a todos os seus filhos e filhas.
E por que exatamente Beatles? Porque representam a revolução na música, nos
costumes, na vida. Porque eles cantaram que o que o mundo precisa de amor. E o
Brasil precisa mesmo é de amor, muito amor.
E que livro levar? Também são
tantos e tão bons que a dúvida foi grande. Livro de Frei Betto, Leonardo Boff, Zuenir
Ventura, Chico Buarque, Paulo Freire, Marcelo Barros, são tantos e tão
libertadores que terminei por optar pelo mestre, se não de todos, da maioria
desses. Fui votar acompanhada de Dom Helder, de suas crônicas para o seu
programa Um Olhar Sobre a Cidade, que além de compilar textos fantásticos do
Dom ainda se chama “Meus Queridos Amigos”.
Voltei pra casa com muita esperança no coração. Não que
tenha encontrado ninguém de vermelho em meu caminho. Voto em um reduto da
direita. Mas porque lembrar das músicas dos Beatles que animaram a minha
adolescência e das palavras de Dom Helder, que ainda ecoam atuais e certeiras “A consciência ingênua acredita que uns
nasceram para dominar e outros para serem dominados. A consciência crítica
acredita na fundamental
igualdade dos homens e na urgência de acabar com a relação oprimidos-opressores.
A consciência ingênua acha que o
essencial é vencer na vida. Tudo o mais deve ser posto a serviço deste fim. A consciência
crítica acha que o
problema principal é dar aos homens a possibilidade de ser gente de verdade”. Dom Helder Camara
Agora é aguardar o resultado final
e torcer para que a consciência crítica se sobreponha à consciência ingênua.
Que amanhã seja um lindo dia, da
mais nova alegria que se possa imaginar. E vamos juntos cantar pro Dia Nascer
Feliz.
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