Onde andam os profetas dos dias de hoje? Onde andam os sucessores
de Oscar Romero e Helder Camara? Onde está a voz que clama no deserto? A voz
dos fracos e oprimidos? Dos deserdados da sociedade?
Para alguns os profetas estão extintos, para outros, acomodados.
Para outros, entretanto, continuam ativos, denunciando os erros e anunciando o
que precisa ser feito para esses erros sejam corrigidos.
Tradicionalmente os profetas sempre estiveram ao lado do povo e
contra o poder opressor, explorador e excludente, inspirados pelo poder divino.
Desta vez, o rei está ao lado do povo e, os que estão ao lado do
Rei, embora com muitas críticas, são os que se mantêm ao lado dos pobres.
Podemos pensar na hipótese de que, ao contrário do que consta na
história, os que hoje estão contra o rei, o fazem exatamente por suas ações
terem permitido que os pobres subissem um pouco na escala da pirâmide social.
Os que estão contra o rei não estão nem aí para a corrupção que dizem combater
com veemência porque é dela que sobrevivem e por ela estão prósperos e ricos.
Estão contra o rei porque não querem que os pobres melhorem de vida. Estão
contra o rei porque, como dizia o Barão de Itararé "Negociata é o bom
negócio para o qual não fomos chamados".
Quem está ao lado dos pobres, pode até não ficar do lado do rei,
por realmente combater a corrupção, por questões pessoais, mas não pode ficar
engrossando as fileiras daqueles que torcem contra o país e os pobres.
Todos têm severas críticas ao rei. Sempre e em cada canto do
mundo. Todos querem mudanças. Mas, alguns querem mudanças na ação do governo e
não mudança de governo. E sabem por quê?
Porque, fundo no fundo, todos sabem que, em caso de troca, a
corrupção permanece, com certeza irá crescer e os pobres serão deixados de
lado, com a velha desculpa de crescer o bolo para depois dividi-lo. Mas, será
que não é isso, exatamente que algumas pessoas querem?
Porque, infelizmente, existem casos onde a corrupção está tão à
vontade no dia a dia das pessoas que elas nem percebem e o até acham natural e
chamam de “jeitinho”, varrendo, para debaixo do tapete de suas consciências, qualquer
sentimento incômodo em relação a isso.
"Ser de esquerda, hoje, é defender os direitos dos mais
pobres, condenar a prevalência do capital sobre os direitos humanos, advogar
uma sociedade onde haja, estruturalmente, partilha dos bens da Terra e dos
frutos do trabalho humano.
O fato de alguém se dizer marxista não faz dele uma pessoa de
esquerda, assim como o fato de ter fé e frequentar a igreja não faz
de nenhum fiel um discípulo de Jesus. A teoria se conhece pela práxis, diz o
marxismo. A árvore, pelos frutos, diz o Evangelho.
Se a prática é o critério da verdade, é
muito fácil não confundir um militante de esquerda com um oportunista demagogo:
basta conferir como se dá a relação dele com os movimentos populares, o apoio
ao MST, a solidariedade à Revolução Cubana e à Revolução Bolivariana, a defesa
de bandeiras progressistas, como a preservação ambiental, a união civil de
homossexuais, o combate ao sionismo e a toda forma de discriminação.
Quem é de esquerda não vende a alma ao mercado" . Frei Betto
Deixemos de lado esse negócio de esquerda e direita e vamos
dividir assim: quem quer que a pobreza diminua e quem quer que os pobres se
danem?
A escolha é de cada um.
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