Quando me lembro de coisas da
minha infância, sobretudo no Facebook, costumo sempre avisar: sou velha não,
sou antiga. Daí começo a listar as coisas que não existiam naquela época e
constato que fui feliz, mesmo sem elas. Mas e hoje, como faria sem os avanços
tecnológicos?
Eu sempre digo que a gente não
sente falta daquilo que nunca teve. Quando nasci não havia televisão por estas
bandas. Os dois primeiros canais de TV foram inaugurados quando eu tinha entre
cinco e seis anos de idade. Ainda lembro do meu programa preferido: PIM PAM
PUM, patrocinado pela Estrela, exibido pela Tv Rádio Club e produzido pela TV
TUPI. Passava às seis horas da noite. Quando acabava era hora de ir dormir.
Esse era o máximo de acesso à tecnologia que nós, crianças, tínhamos na década
de 1960. E a TV era preto e branco. TV colorida no Brasil só em 1972. E, assim
mesmo, a programação foi se colorindo aos poucos. Não chegou de um dia para o
outro.
Hoje, as crianças de cinco, seis
anos, mexem com computador, tablete, ipods e smartphones, às vezes, melhor que
seus pais. Jogam videogames de última geração com uma habilidade que nos deixa
de boca aberta. Apesar de mídias sociais como o Facebook, por exemplo, terem a
exigência de ser maior de 18 para participar dele, as crianças estão fazendo
perfis cada vez mais cedo.
E eu me lembro que o máximo de
brincadeira na área de comunicação que tínhamos era aquele telefone que
fazíamos com um cordão e uma lata em cada ponta.
Telefone, fixo é claro, era uma
fortuna para comprar. E a conta também. Ter uma linha de telefone era
praticamente ter um bem, como um carro, por exemplo. Tinham pessoas que
ganhavam a vida alugando telefone. Depois de casada só vim ter telefone em casa
uns três anos depois e alugado. A primeira linha própria da família foi
comprada em 36 prestações e só recebemos quando acabamos de pagar. Vejam vocês.
Hoje, o preço caiu tanto que é apenas simbólico.
Eu vivi sem televisão e sem
telefone um bom tempo da minha infância. Vivo um tempo maior ainda sem
supermercado, sem tv colorida e sem controle remoto. E outro tempo ainda maior
ainda sem CDS, MP3, DVD, computador, internet e celular.
Sobrevivi a tudo isso, eu sei.
Mas, quando vejo toda a tecnologia que dispomos hoje, todas as facilidades que
nos ajudam em nosso dia a dia, me pergunto como conseguimos viver sem essas
coisas?
Sou uma fã incondicional da
tecnologia. Apareceu uma novidade estou logo pesquisando sobre o que é, o que
faz, pra que serve. Não sou de comprar nada logo de cara, assim que sai, pelo
simples prazer da novidade. Só compro se constatar que realmente vai facilitar
a minha vida. Não sou escrava da tecnologia mas acho que sem ela, a vida seria
bem mais difícil. Sem um computador eu não poderia estar, neste momento,
escrevendo esse texto para ser postado em seguida. E, sem a internet, você não
poderia ler esse texto em tão pouco tempo depois que o escrevi, por exemplo, morando
em outra cidade. Comunicação é uma grande paixão. E, consequentemente, tudo que
facilita a comunicação, me encanta, como computadores e internet.
Smartphone é outra paixão. Pena
que custe tão caro. Mas como não ser apaixonada por um aparelhinho que cabe na
sua mão e permite que você fale com pessoas do outro lado do mundo, não apenas
da forma tradicional mas pelo Skype, pelo hangout ou pelo próprio Facebook? E
ainda permite acessar as mídias sociais, assistir a vídeo e ler livros? Isso
sem falar nas músicas que podemos ouvir e nos joguinhos que ajudam a passar o
tempo.
Lembro com alegria de minha
infância, adolescência e juventude. Foram fases gostosas e felizes da minha
vida. Mas acho que as crianças de hoje podem ser ainda mais felizes se souberem
aliar as brincadeiras tradicionais às tecnológicas. Para elas o leque de opções
de diversão é bem mais amplo. Só precisam ser orientadas a escolher bem.
Então viva a tecnologia que nos
interliga e permite que nos comuniquemos uns com os outros, em tempo real, onde
quer que estejamos.
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